Executado no Nova Lima negociava moto com preso da PED

Rodrigo de Mendonça Rosa, 30 anos, conhecido como “Belo” executado com três tiros na noite de domingo (9), na Rua Randolfo Lima, Bairro Nova Lima, em Campo Grande, negociava a venda de uma motocicleta com um interno da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), identificado apenas como Sorriso.

Em depoimento à Polícia, a esposa de Rodrigo contou eles estavam em uma conveniência no mesmo bairro onde participavam de um bingo, acompanhados por um casal de amigos e que o marido negociava via WhatsApp a venda da motocicleta com uma pessoa de alcunha “Sorriso” e que este seria interno da PED.

Por volta das 17h30 eles viram a Ford Ranger branca chegando ao local onde estava e era ocupada por dois homens, que chegaram a comprar cartelas do bingo, mas nem fingiram estar marcando os números, apenas encaravam Rodrigo. Meia hora depois os suspeitos se levantaram e foram até a caminhonete falando ao telefone e foram embora.

No entanto, ainda conforme o depoimento da mulher, por volta de 10 minutos depois, eles voltaram e pararam perto da conveniência, mas não desceram da caminhonete. Um terceiro homem apareceu em seguida, com um capacete no braço e foi até Rodrigo que o chamou apenas de “Fiote”, identificado posteriormente como sendo Maykon Douglas Soares da Silva . Ele chegou a dizer que foi de moto até o local.

Depois de um tempo de conversa, Rodrigo e “Fiote” saíram do local, acompanhados pelo amigo do casal, para ir até a casa onde estava a motocicleta Honda Hornet, que estava sendo vendida por “Belo”.A mulher então conta que decidiu ir embora a pé com a amiga, momento em que deram de cara com a Ranger Branca.

Com medo ela então voltou para a conveniência e ligaram para que Rodrigo fosse buscá-las. Ele voltou para o local acompanhado do amigo e de “Fiote” e foram todos para a casa onde estava a motocicleta.

Os dois terminaram a negociação e Rodrigo falou para a esposa que Sorriso faria um Pix na conta dela porque a venda já estava fechada. O homem chegou a dizer para ela que viu que “Fiote” estava armado, mas acreditava que era para sua própria segurança já eu ele era “o Fiote do Sorriso”.

Rodrigo pediu ao rapaz para dar uma última volta na motocicleta e quando voltou fez uma chamada de vídeo com Sorriso para mostrar que o veículo já estava com Fiote, que subiu na motocicleta e subiu a onde fez o retorno e ultrapassou uma Ranger preta. Ele então fez uma parada brusca em frente a casa onde estavam antes, assim como o motorista da caminhonete.

Neste momento, a amiga do casal notou que os homens que estava na caminhonete eram os mesmo que estava na Ranger Branca e então gritaram para Rodrigo. Nesta hora o passageiro do veículo preto desceu e começou a atirar contra “Belo” e a esposa da vítima pediu para que Fiote atirasse contra o homem, no entanto, ela conta que viu o rapaz atirando também contra a cabeça do marido junto com o ocupante da Ranger preta.

Em seguida, os homens fugiram na caminhonete e acabaram sendo presos por equipe da PM (Polícia Militar). A mulher afirmou ainda que Rodrigo sofria ameaças de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) que achavam que ele pertencia a facção rival, o CV (Comando Vermelho), e ele já teria tentado provar diversas vezes que não era faccionado.

A mulher declarou também que a Ranger branca chegou a aparecer novamente no local onde Rodrigo foi morto, mas estava ocupada por outros indivíduos e ela acredita que era para conferir se o homem estava mesmo morto.

Presos - Além de Maykon, Eduardo Ferreira da Silva, de 38, e Daniel Sansão de Jesus, de 36, também foram presos pela execução de Rodrigo.  Daniel foi quem atirou duas vezes contra a vítima e Eduardo dirigia a caminhonete Ford Ranger.

Após fugir, eles trocaram o veículo por uma Ford Ranger preta na tentativa de despistar a polícia, que conseguiu prender os três depois que uma mulher gritou por socorro na rua e informou a PM (Polícia Militar) sobre o que tinha acontecido.

Durante a perseguição policial os autores do crime jogaram a arma fora em um matagal, mas no bolso de Maykon foram encontradas quatro munições de revólver calibre .38, um maço de notas com R$ 956,00 e a chave de uma motocicleta. Com Eduardo a polícia localizou R$ 450,00, e no console do automóvel duas munições de revolver calibre.38. Imagens de câmera de segurança registraram a ação e confirmaram o depoimento da esposa de Rodrigo.

Os três autores do crime não são naturais de Mato Grosso do Sul e não possuem registro criminal na polícia do Estado, mas, de acordo com a investigação, Maykon é foragido do sistema prisional na cidade de Hidrolândia, em Goiás. Eles vão responder pelos crimes de homicídio doloso e homicídio qualificado, o caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.