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Capital

Família de motociclista morto em acidente reclama de demora em atendimento

O sepultamento de Kauê Felipe Bezerra de Souza foi às 9h30, no Cemitério Jardim da Paz

Por Viviane Oliveira e Kamila Alcântara | 10/03/2024 11:25
Everton acredita que se o socorro fosse mais rápido o amigo poderia estar vivo (Foto: Marcos Maluf)
Everton acredita que se o socorro fosse mais rápido o amigo poderia estar vivo (Foto: Marcos Maluf)

No velório do motoentregador Kauê Felipe Bezerra de Souza, de 28 anos, motociclista morto na noite de sexta-feira (8), os familiares e amigos reclamaram da demora no atendimento à vítima prestado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). O sepultamento foi às 9h30, no Cemitério Jardim da Paz, em Campo Grande.

“Ele ficou acordado no local do acidente, conversando com as pessoas, chegou a ligar para a esposa, perguntou dos filhos, mas depois passou a convulsionar”, lamentou o amigo Everton Ferreira, na manhã deste domingo (10).

Segundo o amigo, Kauê era muito trabalhador, começava o expediente às 3 horas no Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), na hora do almoço entregava marmita e à noite, Assaí. Ele alega que a demora no atendimento pode ter contribuído com a morte da vítima. “Agora fica o remorso de não ter feito o socorro por conta própria”, lamentou.

A comerciante Nelza Reginaldo, de 58 anos, proprietária de um box de frutas no Ceasa e patroa de Kauê, disse que o funcionário era educado e ajudava a todos no trabalho. Na sexta-feira, ele avisou Neuza que não iria trabalhar no sábado, porque pretendia comemorar o Dia da Mulher com a esposa e os filhos. “Ele estava sempre pronto a ajudar”, acrescentou Ana Paula do Espirito Santo, de 31 anos, colega de trabalho do rapaz.

Movimentação na capela da Pax onde Kauê foi velado nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)
Movimentação na capela da Pax onde Kauê foi velado nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)

Ainda revoltada com o acidente que levou o cunhado de forma precoce, Maiara Souza, de 26 anos, contou que o motorista do carro envolvido no acidente se contradisse em alguns momentos. “Ele disse que achou que daria tempo, depois afirmou que não viu, porque a moto pegou no ponto cego do carro”, destacou.

O sogro Josemar Ferreira do Santos, de 53 anos, questionou também o fato de o motorista não ter prestado assistência à família da vítima. “Ele deixou dois filhos pequenos e a esposa”. Também foi questionado o fato de o local onde houve o acidente não ter sinalização nem iluminação.

Caso - O acidente envolveu a motocicleta que a vítima conduzia e um Honda Fit no cruzamento da Rua Antônio Maria Teixeira com a Avenida Monte Castelo. O condutor do veículo de passeio, empresário de 38 anos, foi quem prestou os primeiros socorros. Ele foi submetido a teste do bafômetro, que atestou negativo para a presença de álcool no organismo.

"Estava vindo na [Avenida] Monte Castelo, fiz a curva e aconteceu o acidente. Foi muito rápido. Aí ele entrou no ponto cego da coluna e eu já tinha entrado na avenida. Pode ver que não tem marca de freio [no asfalto]. Quando bateu na porta do passageiro, o capacete dele se soltou e foi parar no terreno ao lado", disse.

Ainda segundo o condutor, o Samu demorou 26 minutos até chegar ao local. A vítima foi reanimada por uma hora, mas não resistiu aos ferimentos. "Prestei todo o socorro e fiquei aqui até agora. Demorou para o Samu chegar, liguei até para o [Corpo de] Bombeiros".

Quanto a demora no atendimento, a reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e aguarda retorno.

Josemar, sogro da vítima (Foto: Marcos Maluf) 
Josemar, sogro da vítima (Foto: Marcos Maluf)

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