Família de motociclista morto em acidente reclama de demora em atendimento
O sepultamento de Kauê Felipe Bezerra de Souza foi às 9h30, no Cemitério Jardim da Paz
No velório do motoentregador Kauê Felipe Bezerra de Souza, de 28 anos, motociclista morto na noite de sexta-feira (8), os familiares e amigos reclamaram da demora no atendimento à vítima prestado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). O sepultamento foi às 9h30, no Cemitério Jardim da Paz, em Campo Grande.
“Ele ficou acordado no local do acidente, conversando com as pessoas, chegou a ligar para a esposa, perguntou dos filhos, mas depois passou a convulsionar”, lamentou o amigo Everton Ferreira, na manhã deste domingo (10).
Segundo o amigo, Kauê era muito trabalhador, começava o expediente às 3 horas no Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), na hora do almoço entregava marmita e à noite, Assaí. Ele alega que a demora no atendimento pode ter contribuído com a morte da vítima. “Agora fica o remorso de não ter feito o socorro por conta própria”, lamentou.
A comerciante Nelza Reginaldo, de 58 anos, proprietária de um box de frutas no Ceasa e patroa de Kauê, disse que o funcionário era educado e ajudava a todos no trabalho. Na sexta-feira, ele avisou Neuza que não iria trabalhar no sábado, porque pretendia comemorar o Dia da Mulher com a esposa e os filhos. “Ele estava sempre pronto a ajudar”, acrescentou Ana Paula do Espirito Santo, de 31 anos, colega de trabalho do rapaz.
Ainda revoltada com o acidente que levou o cunhado de forma precoce, Maiara Souza, de 26 anos, contou que o motorista do carro envolvido no acidente se contradisse em alguns momentos. “Ele disse que achou que daria tempo, depois afirmou que não viu, porque a moto pegou no ponto cego do carro”, destacou.
O sogro Josemar Ferreira do Santos, de 53 anos, questionou também o fato de o motorista não ter prestado assistência à família da vítima. “Ele deixou dois filhos pequenos e a esposa”. Também foi questionado o fato de o local onde houve o acidente não ter sinalização nem iluminação.
Caso - O acidente envolveu a motocicleta que a vítima conduzia e um Honda Fit no cruzamento da Rua Antônio Maria Teixeira com a Avenida Monte Castelo. O condutor do veículo de passeio, empresário de 38 anos, foi quem prestou os primeiros socorros. Ele foi submetido a teste do bafômetro, que atestou negativo para a presença de álcool no organismo.
"Estava vindo na [Avenida] Monte Castelo, fiz a curva e aconteceu o acidente. Foi muito rápido. Aí ele entrou no ponto cego da coluna e eu já tinha entrado na avenida. Pode ver que não tem marca de freio [no asfalto]. Quando bateu na porta do passageiro, o capacete dele se soltou e foi parar no terreno ao lado", disse.
Ainda segundo o condutor, o Samu demorou 26 minutos até chegar ao local. A vítima foi reanimada por uma hora, mas não resistiu aos ferimentos. "Prestei todo o socorro e fiquei aqui até agora. Demorou para o Samu chegar, liguei até para o [Corpo de] Bombeiros".
Quanto a demora no atendimento, a reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e aguarda retorno.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.