Famílias de favelas vão concluir casas e agência quer ajuda para material
Os moradores da antiga favela Cidade de Deus irão concluir as casas dos loteamentos para os quais foram transferidos. Esta foi a solução encontrada para o caso que já se arrasta há um ano e que culminou na formação de novas favelas em Campo Grande.
Em reunião, na manhã desta terça-feira (14), com os moradores, a Emha se comprometeu em fornecer auxílio técnico e cada família vai concluir seu imóvel. O município busca parceria com o Governo do Estado para a aquisição do material necessário.
Segundo a catadora de materiais recicláveis, Jucineide da Costa, 46 anos, a iniciativa foi bem recebida pelos moradores. “ Assim ficou bem melhor, porque vai mais rápido. Pedimos apenas que haja alguém da prefeitura para nos orientar, pois não é todo mundo que entende de construção”, disse.
A Emha informou que, em um primeiro momento, será realizado levantamento tanto do material necessário, quanto da estrutura das casas que já foram levantadas, para identificar se há comprometimento do que já está pronto.
Acordo - O sistema que foi acordado por todos os participantes será o de autoconstrução, com recebimento de kits com materiais. A diretoria de habitação da Emha ainda concederá escopo técnico às obras, segundo informou a assessoria de imprensa da agência.
Após o entendimento entre prefeitura e moradores da antiga Cidade de Deus, o diretor-presidente da Emha, Eneas José de Carvalho, encontrou-se com a secretária de Habitação do Governo do Estado, Maria do Carmo Avesani.
Segundo a Emha, a Sehab (Secretaria Estadual de Habitação) se mostrou disposta a estabelecer um convênio, por meio da concessão dos materiais requeridos para dar prosseguimento à construção das moradias. A reportagem não conseguiu contato com a Sehab.
Histórico - Em março completa um ano que a prefeitura transferiu 314 famílias da favela Cidade de Deus, próximo ao Dom Antônio Barbosa, para áreas no Bom Retiro, região da Vila Nasser; Canguru; Teruel II e Vespasiano Martins. Nesta segunda-feira (13), moradores dos loteamentos protestaram reivindicando a conclusão dos imóveis e melhores condições, pois os barracos ficam inundados em dias de chuva.
À época, a ONG Morhar foi contratada para conduzir a construção de casas, no sistema de mutirão assistido. Nas três primeiras áreas o trabalho foi interrompido, as famílias continuam morando em barracos e vivendo em condições precárias. Apenas no Vespasiano Martins as casas foram parcialmente finalizadas. O contrato com a ONG está sendo auditado.