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Capital

Famílias montam acampamento depois de serem retiradas de área da prefeitura

Moradores exigem que a gestão municipal converse com moradores do Condomínio Novo Alvorada

Por Natália Olliver e Antonio Bispo | 13/05/2024 10:58
Acampamento de moradores da Condomínio Nova Alvorada deve continuar até que prefeitura converse com famílias (Foto: Henrique Kawaminami)
Acampamento de moradores da Condomínio Nova Alvorada deve continuar até que prefeitura converse com famílias (Foto: Henrique Kawaminami)

Moradores do Condomínio Nova Alvorada, no bairro São Jorge da Lagoa, conhecido como "Carandiru do São Jorge da Lagoa", continuam acampados em terreno da prefeitura, no Jardim Tijuca. Segundo eles, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) saiu do local após mais de 24h horas de vigia, às 8h30 desta segunda-feira (13). Os agentes estavam de plantão após a invasão dos grupos no local. Ao todo, 80 pessoas estavam no terreno neste domingo (12), entre elas 20 crianças.

Nesta segunda, o número de pessoas que estão no local diminui para 10 adultos e quatro crianças. Eles afirmam que só vão sair da calçada caso haja diálogo com a gestão municipal.

Os residentes foram até o lugar após serem informados, através de pedido judicial, que teriam que sair do condomínio Nova Alvorada, que também foi invadido há anos. Eles têm 60 dias para deixar o imóvel, que conta com 16 apartamentos, ainda sem revestimento. A construção já foi condenada pelos Bombeiros por risco de desabamento.

Moradores se revezam para permanecer no acampamento em area da prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)
Moradores se revezam para permanecer no acampamento em area da prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)

Márcia de Souza, de 40 anos, é uma das moradoras mais antigas do condomínio. Ela comenta que a ação é uma forma de chamar atenção da prefeita Adriane Lopes (PP). “Esse apagamento é uma forma da gente chamar atenção da prefeita, pois logo logo chega o prazo de ser despejado e essas 16 famílias não tem pra onde ir. A gente não está aqui porque a gente quer, estamos porque precisamos”.

Douglas Navarro da Silva, de 26 anos, não é morador mas apoia a iniciativa dos residentes. Ele é vizinho do condomínio e tem ajudado  a levar comida aos acampados.

“A polícia saiu mas permaneceram de plantão ontem o dia todo e durante a madrugada de hoje. Acho que eles estão esperando que as famílias montem os barracos nos terrenos para que eles possam utilizar o direito deles de derrubar as casas montadas. Enquanto não houver reforços por parte da prefeitura. O acampamento vai continuar porque essas famílias não tem pra onde ir”.

Jocileia Ferreira da costa, de 44 anos, mora há 9 anos no "Carandiru do São Jorge da Lagoa". A doméstica teve que faltar ao trabalho para ficar na barraca. Pra ela, a situação é difícil e desesperadora.

"Mudança" levanda pelas famílias para área da prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)
"Mudança" levanda pelas famílias para área da prefeitura (Foto: Henrique Kawaminami)

“A gente já procurou para alugar uma casa, mas o aluguel não fica por menos de R$700,00, isso uma kitnet. Fora alimentação, medicamentos e as contas de luz e água, a conta não fecha. A gente não tem dinheiro para conseguir sustentar uma casa sozinho.”

Segundo a moradora, ela já tentou se cadastrar em programas do governo, mas até agora não foi aceita. Jocileia mora com o marido, que também é diarista de obras e a filha, junto do genro, que juntos têm três filhos. “Ontem receberam doação de arroz e frango para jantar e hoje ganharam dois queijos caseiros minas e café dos moradores aqui. Agora no almoço já não tem comida”.

Guarda Civil Metropolitana em ação para impedir que moradordes invadissem area da prefeitura (Foto: Juliano Almeida)
Guarda Civil Metropolitana em ação para impedir que moradordes invadissem area da prefeitura (Foto: Juliano Almeida)

A reportagem entrou em contato com a prefeitura, questionando quando haverá o diálogo com os moradores e para onde eles serão remanejados, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto.

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