Faxineira leva "encoxada" durante trabalho e abusador alega "surto por TPM"
Vítima se inclinou para arrumar o pano no rodo, quando o autor chegou por trás e se encostou nela; ele nega
Enquanto prestava serviço de limpeza em um espaço de evento dentro de um shopping de Campo Grande, uma mulher de 37 anos sofreu assédio por um funcionário que também trabalhava no mesmo local. A vítima contou que quando se inclinou para arrumar o pano no rodo, o homem se aproximou por trás e deu uma “encoxada”. Testemunhas que estavam ali afirmaram que o autor estava com o pênis ereto.
A empresária, de 41 anos, é a chefe da vítima e contou ao Campo Grande News que estava sentada próximo a mulher e que presenciou toda a cena. “Eu estava sentada bem de frente, vendo as meninas limparem o espaço, quando vi que o rapaz se aproximando da minha funcionária e, em seguida, deu uma 'encoxada' nela. Na hora, ela gritou e começou a bater o rodo no chão. Sai correndo para tentar acalmá-la, já que ela gritava e chorava muito. As outras meninas mandaram o homem sair de lá", detalhou a dona da empresa de limpeza.
Após acalmar a vítima, a empresária foi até o supervisor do rapaz, que pediu desculpa em nome da empresa e disse que iria reportar o acontecido aos responsáveis para tomarem atitudes cabíveis
No dia seguinte, a vítima não foi trabalhar, pois estava envergonhada com o ocorrido. O produtor do evento contou para a chefe da vítima que o rapaz estava no local, trabalhando normalmente e que o chefe dele havia dito que ele negou o fato. “O chefe dele disse que ele negou tudo e que a mulher teve aquele surto, porque 'estava de TPM [tensão pré-mestrual]'”, narrou.
Indignada com a situação, a empresária encorajou a vítima a registrar o boletim de ocorrência na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). O caso aconteceu na segunda-feira (21) e a vítima só teve coragem de ir até a delegacia na quarta-feira (23).
“Ela me disse que não tinha feito o boletim de ocorrência ainda, porque no dia do fato, ela estava de legging e que talvez se estivesse de calça jeans, aquilo não teria acontecido” contou a empresária.
O caso foi registrado como importunação sexual e a vítima vai receber acompanhamento psicológico na Casa da Mulher Brasileira. Ainda de acordo com a chefe da mulher, ela desenvolveu crises de síndrome do pânico, doença que já tratava e havia conseguido controlar. O assédio foi gatilho para que a funcionária relembrasse momentos de violência sexual vividos na infância.