Fila para fisioterapia chega a 20 mil, mas falta profissional para contratar
De acordo com a secretária-adjunta de Saúde, Rosana Leite, prefeitura não encontra profissionais habilitados
Campo Grande tem hoje aproximadamente 20 mil pessoas na fila de espera para o atendimento fisioterapêutico. O número imenso foi um dos problemas discutidos durante reunião do Comitê Estadual que integra o Fórum Nacional da Saúde do CNJ, realizada na última semana, no Tribunal de Justiça. Em entrevista ao Campo Grande News nesta segunda-feira (10), a secretária-adjunta da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Rosana Leite, confirmou o problema enfrentado que esbarra em diversos fatores.
De acordo com ela, a falta de profissionais capacitados é o principal desafio enfrentado pela administração municipal. Segundo ela, a prefeitura tentou contratar empresas para oferecer os serviços, mas não houve interessados, e que atualmente os esforços estão sendo envidados para realizar uma nova tentativa, além da avaliação da abertura de um concurso público para suprir essa demanda emergencial.
"É um serviço que temos poucos concursados. Portanto, temos buscado contratos com empresas, assim como ocorre com a Unimed e a Cassems. No entanto, tem sido cada vez mais difícil encontrar profissionais disponíveis para atender essa área de reabilitação, principalmente após o período da pandemia", ressaltou Rosana Leite.
A adjunta da pasta de saúde também mencionou que o Hospital São Julião manifestou interesse em assumir a parte de reabilitação, mas seria necessário, primeiramente, garantir os recursos para viabilizar essa parceria. Outra possibilidade considerada é a celebração de convênios com o Estado de Mato Grosso do Sul.
"Nós já estamos considerando outras estratégias, além da contratação de outro hospital que já manifestou interesse em oferecer serviços de reabilitação. No entanto, para isso, precisamos garantir recursos. Também há um processo em andamento para contratar uma empresa que forneça esses serviços, além de uma análise interna sobre a viabilidade de um concurso público, embora essa opção ainda esteja em estágio inicial", acrescentou a secretária.
Rosana Leite enfatizou que enquanto as opções citadas não saem do papel, a prefeitura tenta atender o maior número de pacientes possíveis no Centro de Especialidades. “A gente está tentando equacionar com nosso centro de especialidades. Todo paciente ortopédico, a gente é ciente disso, nosso atendimento é bem alto, não só por questão dos traumas (acidentes), mas também por doenças degenerativas”, reforçou.
Segundo a adjunta da Sesau, as maiores demandas fisioterapêuticas em Campo Grande são nas áreas osteomuscular, respiratória (em decorrência da pós-covid) e neurológica (traumas encefálicos).
Em nota, o Crefito (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) rechaçou a informação apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde sobre a falta de profissionais para atuar em Campo Grande. Segundo o conselho “a suposta falta de profissionais é uma informação infundada, levando em consideração que no Estado do Mato Grosso do Sul tem mais de 4.500 profissionais ativos e aptos para atuar com a Fisioterapia”.
Além disso, o órgão responsável por normatizar e fiscalizar o exercício da fisioterapia alegou que em fevereiro do ano passado, o Executivo vetou duas propostas que vetou que garantiriam melhorias no atendimento em Fisioterapia e Terapia Ocupacional à população e reduziria drasticamente o tempo de espera para o início do tratamento.
(*) Matéria atualizada às 14h00 do dia 11/07 para acrescentar a posição do conselho de fisioterapia