"Foi ficando nojento”, diz funcionária sobre assédio sexual de chefe no Detran
Vítima registrou boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
Mulher de 30 anos, funcionária comissionada do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) denunciou o chefe direto por assédio sexual. No dia 19 de fevereiro, a vítima registrou boletim de ocorrência na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e desde então está afastada a pedido, segundo ela, à base de medicamentos, passando por tratamento psicológico e psiquiátrico.
A servidora relata que trabalha desde março do ano passado no órgão e os assédios começaram aos poucos com caronas e elogios referente ao seu corpo e ao cabelo. “A fama dele sempre foi de ser sem vergonha, fazer brincadeiras de mau gosto com as mulheres, mas todo mundo dá risada, acha normal. Na verdade, ele sempre foi escroto e fazia comentários constrangedores do tipo: como ela está gostosinha hoje”, afirmou.
Ainda conforme a funcionária, os dias foram passando e a situação foi ficando chata com passadas de mão na coxa durante as caronas e os cumprimentos de bom-dia em sua sala acompanhado de "encoxadas", de beijos no canto da boca, bombons, bolo, pão de queijo. “Foi ficando nojento. Ele chegou a dizer para eu aproveitar o meu corpo para mudar de cargo”.
Ela então cortou as caronas e passou a evitar a proximidade com o chefe. Segundo a vítima, quando ele percebeu a situação passou a persegui-la. A funcionária foi acusada pelo servidor de fraudar o sistema do órgão. “Logaram no meu computador, mas com outra senha”. Na última semana, segundo a vítima, o servidor deu a cartada final.
“Ele me chamou em sua sala, informou sobre a fraude e disse que a situação poderia ser resolvida de outro jeito, sem ir para o papel. Na hora fiquei muito nervosa, sem rumo, não conseguia pensar, mas respondi que queria que fosse para o papel, que fossemos investigados, tanto eu quanto o funcionário, dono da senha”, contou.
Conforme a funcionária, depois disso o direto tirou a senha de acesso dela e não a comunicou, nem o RH. “Aquele dia não trabalhei. Vim para casa e não sabia o que fazer. Fui à Deam registrar boletim de ocorrência”, lamentou.
Por meio de nota, a assessoria da Polícia Civil informou que em relação a denúncia, a apuração será realizada tanto pela Deam quanto pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Sobre o eventual afastamento do servidor, que integra as forças de segurança do Estado, trata-se de uma deliberação de competência do Corregedor-Geral da Polícia Civil.
Caso seja confirmado envolvimento do servidor nos fatos em apuração serão adotados todos os procedimentos disciplinares cabíveis". A reportagem tentou falar com o servidor, mas não houve retorno.
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