Fuzil aprendido de empresário é "arma diferenciada" e recente para PM
Homem não soube explicar real procedência do armamento e caso será apurado pela Polícia Civil
Uma arma diferenciada e com alto poder de alcance, a pistola calibre 9 milímetros tem sido encontrada facilmente durante abordagens policiais. O que chama a atenção da polícia é que esse tipo de armamento tem valor aproximado de R$12 mil e foi adquirido recentemente pela Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, no entanto, ainda não está nem nas mãos dos policiais.
Foi isso que levantou suspeita sobre o armamento encontrado com o empresário Ericsson Cezar Mendes Ferreira Netto, de 25 anos, na madrugada deste domingo (6), pelo Batalhão de Choque da PM. Além de ser flagrado com a pistola e 50 munições de 9 milímetros, com ele, a polícia localizou um kit que transforma a arma em fuzil.
O "Kit Roni" faz com que a arma se torne longa, levando a um alcance ainda maior de tiro, de até 200 metros. "A 9 milímetros é uma arma diferenciada, considerada uma das melhores do mundo. Ela tem poder de parada muito maior do que a gente costuma achar", explicou o tenente-coronel do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Rigoberto Rocha da Silva.
A pistola 9 milímetros foi classificada como de uso permitido – ou seja, pode ser adquirida pelo cidadão comum. A arma, antes, era de uso restrito de forças de segurança.
Ericsson foi preso em flagrante e alegou ter comprado o armamento de um amigo, que não teve o nome revelado por ele. Agora, o caso será apurado pela Polícia Civil.
Em novembro, a Sejusp adquiriu 440 pistolas de calibre 9 mm, o mesmo utilizado pela Polícia Federal, após assinar contrato com a fábrica italiana D’Armi Pietro Beretta S.P.A. Com mais 560 adquiridas com recursos próprios do Governo do Estado, também no final do ano passado, a previsão seria entregar 1 mil armas para a Segurança Pública de MS. No entanto, o armamento ainda não foi entregue para a Polícia Militar.
Prisão - Ericsson conduzia um veículo Chevrolet Onix, fazendo manobras estranhas na rua do Bairro Coophavila, o que motivou a abordagem dos policiais. No carro, foi encontrada uma pistola da marca Glock, 9 milímetros, com numeração suprimida, com um carregador municiado com 17 munições.
No momento, Ericsson afirmou aos policiais que levava o armamento por ter sido vítima de atentado em 2021, mas não revelou detalhes sobre o caso. Ainda revelou que em sua conveniência, havia mais e levou os policiais até o local. Lá, o Choque encontrou mais um carregador, este prolongado, com 30 munições, uma caixa com 50 munições 9 milímetros e o acessório que se acopla a pistola, o "Kit Roni".
Na casa do empresário, foram encontrados mais objetos ligados ao armamento e diante dos fatos, Ericsson foi preso em flagrante por porte e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. O empresário tem passagens por violência doméstica. Ainda neste domingo, a Justiça converteu a prisão dele em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
* (Matéria editada às 8h30 do dia 08-03-2022, para acréscimo de informações)
