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Capital

Guardas suspeitos de integrar milícia são presos em audiência pela 2ª vez

Eles são acusados de ameaçar testemunha-chave em inquérito que investiga origem de arsenal apreendido

Clayton Neves | 31/07/2019 16:36
Rafael e Robert entraram correndo no Centro de Triagem. (Foto: Kísie Ainoã)
Rafael e Robert entraram correndo no Centro de Triagem. (Foto: Kísie Ainoã)

Após decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, voltaram a ser presos na tarde desta quarta-feira (31), em Campo Grande, os guardas municipais Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, além do segurança Flávio Narciso Morais da Silva. Eles são acusados de ameaçar testemunha-chave em inquérito que investiga origem de arsenal apreendido no dia 19 de junho com Marcelo Rios, que também é guarda municipal. O trio foi preso durante audiência no Fórum da Capital.

No início do mês a 2ª Turma Criminal do TJ negou recurso do MPMS (Ministério Público Estadual) que tentava derrubar decisão que revogou prisão preventiva dos investigados. Novo requerimento para tentar prender o trio foi feito à Corte Superior e o requerimento aceito pelos desembargadores.

Flávio, Robert e Rafael foram presos e levados para a carceragem do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros). De lá, seguem para o presídio.

Coação e ameaças – Os três foram presos por ameaçar testemunha-chave em inquérito que investiga origem de arsenal apreendido no dia 19 de junho com Marcelo Rios, que também é guarda municipal.A vítima, mulher de Marcelo, passou a ser vigiada pelo trio assim que deixou Garras na madrugada da segunda-feira (20).

Conforme consta no registro dos flagrantes, ela passou a receber dinheiro, foi forçada a deixar sua casa e trocar o número de telefone, “tudo sob ameaça de morte”. A polícia registrou ainda que há “fortes suspeitas” de que o trio estava coagindo a testemunha por ordens do patrão e do filho dele, que os homens que atuavam como motoristas e seguranças chamam de “Guri”.

Detalhes - Conforme o registro, policiais do Garras constataram pela primeira vez que a mulher estava sendo vigiada na noite de segunda-feira, quando decidiram ir até a casa dela temendo que algo pudesse acontecer em razão do depoimento prestado pela mesma naquele dia.

No local, os investigadores abordaram o motorista de um Renault Sandero vermelho que estava estacionado em frente à casa da testemunha. O condutor, depois identificado como Flavio, disse ser vizinho e amigo da família. A mulher confirmou.

Ela, contudo, foi levada para a delegacia com os filhos, e lá, revelou que o homem integrava a “escolta” para a qual o marido também trabalhava.

Ainda conforme depoimentos, naquele mesmo dia, por volta das 23h, Flavio foi novamente até a casa da testemunha e disse a ela que seria o responsável por tudo que ela precisasse. No dia seguinte, o investigado levou a mulher até o Fórum, na tentativa de fazer com que ela passasse recado para o marido, antes ou depois da audiência de custódia. A estratégia não deu certo.

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