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Capital

Há 15 anos, "Oitavo Anjo" matou homem a tiros na rua em que foi executado

Crime aconteceu em 2008. "Oitavo Anjo" chegou a ter júri anulado, mas foi condenado novamente pelo homicídio

Silvia Frias | 10/04/2023 09:59
Rafael Bruno Epifânio Alves, em foto tirada em 2011. (Foto/Reprodução)
Rafael Bruno Epifânio Alves, em foto tirada em 2011. (Foto/Reprodução)

Há 15 anos, Rodrigo Tenório Bezerra foi assassinado, aos 26 anos, com cinco tiros na Rua dos Topógrafos, no Jardim Campo Nobre. Ontem (9), o homem condenado por este homicídio foi executado na mesma rua: Rafael Bruno Epifânio Alves, 33 anos, o “Oitavo Anjo do PCC”, foi vítima de atentado com pelo menos 18 disparos de pistola 9 milímetros.

O crime aconteceu no dia 23 de dezembro de 2008, às 22h40. A investigação indicou que a vítima, conhecida como “Xuxa”, morreu com um tiro no tórax e outros quatro nas costas. O autor, segundo apurou a Polícia Civil, foi o “Oitavo Anjo do PCC“, com quem a vítima tinha antiga desavença por conta de ex-namorada do suspeito.

Alves sempre negou autoria do crime. Em interrogatório, disse que estava próximo do local, na casa de amigos, mas não tinha relação alguma com o crime. Lembra da desavença por conta da então namorada, mas que aquilo tinha sido resolvido.

O “Oitavo Anjo” foi denunciado no dia 21 de maio de 2010, por homicídio qualificado por motivo torpe e sem chance de defesa da vítima. Foi preso em junho daquele ano pelo crime, por porte ilegal de arma. Com a acusação do homicídio, a prisão foi mantida.

Trecho de interrogatório em um dos processos do "Oitavo Anjo do PCC". (Foto/Reprodução)
Trecho de interrogatório em um dos processos do "Oitavo Anjo do PCC". (Foto/Reprodução)

No dia 17 de junho de 2011 foi levado a julgamento pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, sendo condenado a 16 anos de prisão, em regime fechado. A defesa recorreu da sentença alegando que houve mudança no depoimento da testemunha e que as provas eram insuficientes para sustentar a condenação.

Em dezembro de 2011, a 1ª Turma Criminal do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) anulou o júri popular. O novo julgamento foi realizado no dia 8 de agosto de 2012 e, novamente, o “Oitavo Anjo do PCC” foi considerado culpado e, a sentença, repetida: 16 anos de prisão em regime fechado.

Em mais uma apelação ao TJ-MS, foi dado provimento parcial ao recurso e a sentença foi reduzida para 13 anos e dois meses de prisão, em decisão dada no dia 4 de novembro de 2013. Os anos na cadeia foram somados a outras duas sentenças, por porte ilegal de arma e, pelos documentos, o “Oitavo Anjo” poderia ter o término da prisão decreto para dezembro de 2013.

Em um dos processos, Rafael Alves explica que o apelido tem relação com música do grupo de rap, o 509-E. “Sou guerreiro e não pago pra vacilar/Sou vaso ruim de quebrar/Oitavo anjo do Apocalipse/Tenebroso como um eclipse (...)”.

Rafael Alves morreu na esquina das ruas do Topógrafo com Marajoara. O crime aconteceu na noite de ontem, por volta das 22h. Testemunhas relataram que ele foi atingido pelo atirador com quatro tiros, correu e foi alcançado, sendo morto com mais disparos, que o desfiguraram.

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