Há 15 anos, "Oitavo Anjo" matou homem a tiros na rua em que foi executado
Crime aconteceu em 2008. "Oitavo Anjo" chegou a ter júri anulado, mas foi condenado novamente pelo homicídio
Há 15 anos, Rodrigo Tenório Bezerra foi assassinado, aos 26 anos, com cinco tiros na Rua dos Topógrafos, no Jardim Campo Nobre. Ontem (9), o homem condenado por este homicídio foi executado na mesma rua: Rafael Bruno Epifânio Alves, 33 anos, o “Oitavo Anjo do PCC”, foi vítima de atentado com pelo menos 18 disparos de pistola 9 milímetros.
O crime aconteceu no dia 23 de dezembro de 2008, às 22h40. A investigação indicou que a vítima, conhecida como “Xuxa”, morreu com um tiro no tórax e outros quatro nas costas. O autor, segundo apurou a Polícia Civil, foi o “Oitavo Anjo do PCC“, com quem a vítima tinha antiga desavença por conta de ex-namorada do suspeito.
Alves sempre negou autoria do crime. Em interrogatório, disse que estava próximo do local, na casa de amigos, mas não tinha relação alguma com o crime. Lembra da desavença por conta da então namorada, mas que aquilo tinha sido resolvido.
O “Oitavo Anjo” foi denunciado no dia 21 de maio de 2010, por homicídio qualificado por motivo torpe e sem chance de defesa da vítima. Foi preso em junho daquele ano pelo crime, por porte ilegal de arma. Com a acusação do homicídio, a prisão foi mantida.
No dia 17 de junho de 2011 foi levado a julgamento pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, sendo condenado a 16 anos de prisão, em regime fechado. A defesa recorreu da sentença alegando que houve mudança no depoimento da testemunha e que as provas eram insuficientes para sustentar a condenação.
Em dezembro de 2011, a 1ª Turma Criminal do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) anulou o júri popular. O novo julgamento foi realizado no dia 8 de agosto de 2012 e, novamente, o “Oitavo Anjo do PCC” foi considerado culpado e, a sentença, repetida: 16 anos de prisão em regime fechado.
Em mais uma apelação ao TJ-MS, foi dado provimento parcial ao recurso e a sentença foi reduzida para 13 anos e dois meses de prisão, em decisão dada no dia 4 de novembro de 2013. Os anos na cadeia foram somados a outras duas sentenças, por porte ilegal de arma e, pelos documentos, o “Oitavo Anjo” poderia ter o término da prisão decreto para dezembro de 2013.
Em um dos processos, Rafael Alves explica que o apelido tem relação com música do grupo de rap, o 509-E. “Sou guerreiro e não pago pra vacilar/Sou vaso ruim de quebrar/Oitavo anjo do Apocalipse/Tenebroso como um eclipse (...)”.
Rafael Alves morreu na esquina das ruas do Topógrafo com Marajoara. O crime aconteceu na noite de ontem, por volta das 22h. Testemunhas relataram que ele foi atingido pelo atirador com quatro tiros, correu e foi alcançado, sendo morto com mais disparos, que o desfiguraram.