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Capital

Há dois dias nas ruas, família de venezuelanos não encontra vaga em abrigos

Em busca de empregos, família composta por 12 venezuelanos enfrenta dificuldades e preconceito

Mylena Fraiha e Geniffer Valeriano | 28/07/2023 19:48
Duas crianças venezuelanas dormem em malas, em frente ao Cedami, em Campo Grande (Foto: Alex Machado)
Duas crianças venezuelanas dormem em malas, em frente ao Cedami, em Campo Grande (Foto: Alex Machado)

Com o sonho de trabalhar, uma família de 12 venezuelanos, composta por cinco crianças e sete adultos, veio ao Brasil em busca de oportunidade. Desde sua chegada a Campo Grande, na quinta-feira (27), eles relatam que têm passado por dificuldades, inclusive, tendo que dormir na rua.

Ao Campo Grande News, Olandra Urbaneja, de 26 anos, relatou que estão há dois dias dormindo nas ruas. Olandra relata que a família saiu da Venezuela com o objetivo de chegar ao Rio Grande do Sul, onde tem um primo que reside lá. A motivação para essa mudança é a expectativa de encontrar emprego em uma colheita em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul.

Sem dinheiro e comida, a família de imigrantes está em situação de vulnerabilidade. Apesar das dificuldades, a família se recusa a pedir dinheiro nos semáforos, pois foram ameaçados de denúncia ao Conselho Tutelar devido à presença das crianças em situação de rua.

A única falante da língua portuguesa na família, Olandra explica situação que tem passado em Campo Grande (Foto: Alex Machado)
A única falante da língua portuguesa na família, Olandra explica situação que tem passado em Campo Grande (Foto: Alex Machado)

A situação dos venezuelanos em Campo Grande é agravada pelo tratamento que têm recebido. “Cheguei a ouvir pessoas falando que a gente deveria voltar para a Venezuela”, desabafa.

Ela também destaca que viveu legalmente em Campo Grande durante um ano e que possui todos os documentos que comprovam sua imigração regular. “Vendi tudo que tinha aqui para visitar minha família na Venezuela. Agora, voltei com eles”, explica Olandra.

Malas e demais pertences da família de venezuelanos (Foto: Alex Machado)
Malas e demais pertences da família de venezuelanos (Foto: Alex Machado)

Segundo Olandra, durante todo o dia, a família tem sobrevivido com doações de salgados, sucos e refrigerantes. O Cedami (Centro de Apoio aos Migrantes) foi uma das entidades que lhes forneceu uma refeição, mas a busca por abrigo continua.

Parte da família conseguiu vaga em um abrigo particular chamado Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua), mas optaram por não ficar lá, uma vez que o resto da família permaneceria na rua. “Apenas quatro de nós conseguiu vaga lá”, afirma Olandra.

Sem vagas - Em relação à situação dos abrigos, um funcionário, que preferiu não se identificar, explicou que o Cedami está com sua capacidade acima do limite, que é de 20 pessoas, e atualmente abriga 25 pessoas.

A reportagem entrou em contato com Cedami e com a SAS (Secretaria de Assistência Social), para averiguar se há possibilidade de abrigar a família. Entretanto, até o fechamento da matéria, não obteve resposta. O espaço segue aberto.

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