ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Homem que liga filha e mulher de PM ao tráfico muda depoimento à Justiça

Suspeito foi testemunha de dois envolvidos no esquema investigado pela Polícia Federal em 2017 e negou conhecer as mulheres

Geisy Garnes | 19/08/2019 21:09
Audiêncai aconteceu por videoconferência na 3ª Vara Federal de Campo Grande (Foto: Geisy Garnes)
Audiêncai aconteceu por videoconferência na 3ª Vara Federal de Campo Grande (Foto: Geisy Garnes)

Nesta segunda-feira (19) uma das principais testemunhas sobre o envolvimento de Roseleia Teixeira Piovezan Molina Azevedo e Jéssica Piovezan Azevedo Molina, esposa e filha do subtenente Sílvio César Molina de Azevedo, de 47 anos, no esquema de tráfico de drogas investigado pela Polícia Federal mudou o depoimento e afirmou não conhecer as mulheres.

Clodoaldo Lenzi foi ouvido nesta tarde na audiência do principal processo da Operação Laços de Família, que em 2017 desarticulou um grupo que atuava com características de máfia em Mundo Novo, a 476 km de Campo Grande, e tinha relações comerciais com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

O suspeito foi intimado pela defesa de outros dois envolvidos no esquema, Marcos Teixeira e Claudio César Moraes. Em depoimento ele negou que foi contratado pela dupla para transportar a carga de 3 toneladas de maconha, o que resultou em sua prisão no dia 14 de setembro de 2016.

Preso em Guaíra, Paraná, o motorista é um dos elos de ligação entre a mulher e a filha de Silvio Molina e o esquema de tráfico de drogas investigado pela Polícia Federal durante a operação. Isso porque na época do flagrante ele afirmou que as duas mulheres o buscaram em um posto de combustível e levaram até o local em que estava a carreta já preparada com a droga.

Questionado pelo procurador Silvio Pettengill Neto, representante do MPF (Ministério Público Federal), Clodoaldo desmentiu o próprio depoimento nesta tarde. Afirmou “não conhecer” as duas mulheres, que não ficou em um posto de combustível e sequer lembra os detalhes da sua prisão. “Ah doutor, não me lembro, faz três anos”, disse por videoconferência.

Molina foi preso em 25 de junho do ano passado (Foto: Arquivo)
Molina foi preso em 25 de junho do ano passado (Foto: Arquivo)

Audiências - Além de Clodoaldo, outras duas testemunhas foram ouvidas nesta tarde, encerrando assim os depoimentos de defesa dos 19 réus do caso. A próxima audiência deve ouvir todos os acusados ainda este ano.

Para isso, a defesa de Molina, que está na Penitenciária Federal de Mossoró, pediu para que o policial militar seja ouvido presencialmente, em Campo Grande. Aproveitando a situação, os advogados de Douglas Alves Rocha, ex-genro do policial e Jeferson Alves Rocha, também presos no Rio Grande do Norte, também requisitaram a vinda a Capital de Mato Grosso do Sul.

Durante a própria audiência, o MPF se manifestou contra a vinda dos três presos a sede da 3ª Vara Federal de Campo Grande. O procurador Silvio Pettengill Neto justificou que os presídios federais foram criados para desarticular de grupos criminosos organizados e por isso adotou como medida de segurança interrogatórios em vídeo, para evitar o descolamento dos internos.

“Cogitasse o deslocamento de presos em hipóteses muito peculiares, o que não é o caso. Por isso o MPF opina contrariamente ao interrogatório presencial”, afirmou o promotor.

Como Silvio Molina mudou os responsáveis por sua defesa e o pedido foi enviado anterior a isso, o juiz Ney Gustavo Paes de Andrade, atuando em substituição legal, abriu prazo para que os novos advogados do polícia militar digam se querem ou não manter o pedido. Só após essa manifestação o pedido será julgado.

Os 19 réus são julgados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, posse de arma de fogo, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Laços de Família - De acordo com as investigações da Polícia Federal, o policial militar Silvio César Molina Azevedo liderava o grupo. Foram identificados vários núcleos, como o familiar, que era comandado por ele; o operacional e apoio logístico, integrados por gerentes; e os “correrias”, definição para quem presta toda a sorte de serviços (motorista, segurança pessoal de membros do grupo).

Durante a investigação, a Polícia Federal apreendeu R$ 317.498,16, joias avaliadas em R$ 81.334,25, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga.

Nos siga no Google Notícias