Hospitais ficam a beira do caos e 13 pacientes “agonizam” em postos
O fechamento do PAM (Pronto Atendimento Médico) do Hospital Universitário não completou 24 horas, mas 13 pacientes já "agonizam" nos Centros Regionais de Saúde e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento Médico) em Campo Grande. Eles, entre os quais estão nove infartados, aguardam vagas para um dos dois hospitais da rede pública responsável pelo atendimento de emergência. Conforme o chefe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Luiz Antônio da Costa, a paralisação do HU sobrecarregou os outros hospitais e a situação só tende a piorar.
Ele adiantou que o principal a sofrer as consequências será o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian porque o atendimento aos pacientes clínicos da Capital eram divididos entre o HU e o HR. “Os pacientes de ontem foram todos para o Regional, agora não dá para encaminhar mais ninguém para lá”, disse.
Para tentar sanar paliativamente o problema, Luiz entrou em contato com o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, para que vagas em unidades particulares sejam pleiteadas. “Neste caso o município vai arcar com os custos porque os pacientes não tem essa condição. É uma medida emergencial”, explicou.
Por meio de nota a Prefeitura de Campo Grande informou que protocolou na tarde de ontem ofício recomendando a abertura imediata do PAM (Pronto Atendimento Médico) do HR. Ainda conforme a nota, a medida foi tomada por pedido do prefeito Alcides Bernal (PP), tendo em vista que, diante da paralisação do PS do HU, o aumento no atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) podem aumentar em 30%, gerando ainda mais caos.
Interdição - A Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul interditou ontem, por tempo indeterminado, o PAM (Pronto Atendimento Médico) do Hospital Universitário de Campo Grande. Segundo a assessoria de imprensa do HU, houve uma vistoria da vigilância na quinta-feira passada e uma notificação de interdição foi emitida à diretoria do hospital.
O motivo da interdição foi uma séria de problemas estruturais constatados pela equipe da vigilância sanitária. Em nota, a unidade informou que "a direção reitera o compromisso de todos com os pacientes e afirma que todas as medidas serão tomadas para que o atendimento e os serviços do Hospital sejam aprimorados dia-a-dia o mais rapidamente possível".
O novo diretor do HU, Cláudio Wanderley Luz Saab, disse ao Campo Grande News no mês passado que a falta de médicos e a superlotação eram problemas crônicos do setor de emergência. Apesar da situação complicada, o diretor afirmou, na época, que o hospital nunca havia fechado as portas e deixado de atender a população.