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Capital

INSS devolve terreno doado há 10 anos e área será usada pela Polícia Militar

O terreno, que deveria receber posto da Previdência, ficará para uso da polícia

Por Maristela Brunetto e Kamila Alcântara | 15/04/2024 12:13
Área doada e agora devolvida pelo INSS já foi murada e está sendo utilizada pelos policiais (Foto: Henrique Kawaminami)
Área doada e agora devolvida pelo INSS já foi murada e está sendo utilizada pelos policiais (Foto: Henrique Kawaminami)

O INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) decidiu devolver um terreno doado há cerca de uma década pelo Governo Estadual onde deveria instalar um posto de atendimento ao público no Conjunto Moreninha III. A doação foi aprovada no ano de 2013 e a devolução foi oficializada no começo do mês.

O terreno total tem 5,4 mil m² e o destinado ao INSS é de 1,1 mil m², localizado na esquina da rua Ingá Doce com a Travessa Jabutá. A área já foi até murada e ficará disponível para a Polícia Militar. Ela fica atrás da Delegacia da Polícia Civil e do quartel da PM.

Conforme o extrato de reversão da área, ela foi doada após aprovação de lei pela Assembleia Legislativa no final de 2023, com prazo de destinação de dois anos. Como não foi utilizado, a devolução foi concretizada em documento assinado em cartório no começo deste mês pelo Coordenador de Gestão de Orçamento, Finanças e Logística do INSS, José Eduardo Lopes Mendes, e a diretora-presidente da Agehab, Maria do Carmo Avesani Lopez.

Prédio da 6ª Companhia Independente da Polícia Militar começou a funcionar no endereço em março de 2023 (Foto: Henrique Kawaminami)
Prédio da 6ª Companhia Independente da Polícia Militar começou a funcionar no endereço em março de 2023 (Foto: Henrique Kawaminami)

O INSS chegou a ter um posto de atendimento no Conjunto Moreninhas, localizado na saída para São Paulo, um dos mais populosos da cidade, com mais de 40 mil moradores. A inauguração ocorreu no ano de 2009.

Atualmente, o órgão da previdência conta com somente dois postos de atendimento, um central, no cruzamento da Rua 26 de agosto com a 14 de julho e outro na Coronel Antonino. Há uma terceira unidade, mas exclusiva para a realização de perícias.

Base da PM - O terreno, agora murado, auxilia no funcionamento da 6ª Companhia Independente da Polícia Militar, inaugurada em março do ano passado. A base deixou a população mais segura, mas as tentativas de pequenos furtos à noite continuam.

Localizada na Rua Barreiras, a Companhia está na mesma quadra da 4ª Delegacia de Polícia Civil e de uma base do Corpo de Bombeiros. Antes de ser reformado para uso dos policiais, funcionou no prédio a 4ª Vara Cível e Criminal de Pequenas Causas, fechada em 2021.

"Depois que fechou a Pequenas Causas, ficou uns dois anos fechado e por pouco os usuários de drogas e moradores de rua não tomaram conta. Chegaram a arrombar as grades e se abrigarem ali, mas foi pouco tempo. Agora que os policiais assumiram, passa a sensação de mais segurança", compartilha a cabeleireira Sueli Pereira, que tem ponto comercial em frente ao prédio há 14 anos.

O pintor Jamis Cláudio Lima, de 63 anos, concorda com a sensação de segurança durante o dia, mas não vê como uma solução para o problema dos moradores de rua e acredita que falta aproximação da comunidade no entorno.

"Toda hora tem camburão saindo e entrando pelo novo portão ali do fundo, é visível o trabalho deles, mas não conseguimos ter um acesso facilitado com eles. Parece mesmo uma base operacional, não um local onde podemos chamar em casos de emergenciais", opina o morador.

Genny mostra até onde os criminosos conseguiram abrir a porta do seu estabelecimento (Foto: Henrique Kawaminami)
Genny mostra até onde os criminosos conseguiram abrir a porta do seu estabelecimento (Foto: Henrique Kawaminami)

Gessy Marinho, de 87 anos, que se orgulha de ser uma das pioneiras do bairro, diz que as ruas continuam perigosas no período da noite, já que falta iluminação pública até mesmo na praça ao lado da Companhia de Polícia e, na semana passada, sua loja quase foi furtada.

"Uns dias atrás, uns meninos muito novos conseguiram arrombar a porta do meu salão e erguer um pouco. Só não conseguiram entrar porque tinha um freezer encostado, mas se tivessem tempo teriam acessado toda nossa casa. Furtam fios, se escondem ali naquela pracinha, tudo 'normal' para eles durante a noite", detalha a idosa.

O antigo Pelotão da Polícia Militar das Moreninhas, do outro lado da quadra, na Rua Anacá, agora faz parte do BPMTran (Batalhão de Trânsito da Polícia Militar).

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