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Capital

Juiz acata denúncia e Robinho vira réu por feminicídio duplamente qualificado

Suspeito matou a namorada, Mayara Fontoura Holsback, a golpes de tesoura no dia 15 de setembro

Geisy Garnes | 21/11/2017 14:52
Robinho ficou foragido por 51 dias e se apresentou a polícia no início do mês (Foto: Arquivo Pessoal)
Robinho ficou foragido por 51 dias e se apresentou a polícia no início do mês (Foto: Arquivo Pessoal)

O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, de 1ª Vara do Tribunal do Júri, aceitou nesta segunda-feira (20) a denúncia do Ministério Público conta Roberson Batista da Silva, o Robinho de 33 anos. Com isso, ele vai responder por feminicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Robinho matou a namorada Mayara Fontoura Holsback a golpes de tesoura no dia 15 de setembro deste ano, na casa em que a jovem de 18 anos morava com o irmão, no Bairro Universitário. Segundo o TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), na denúncia o MPE-MS afirmou que o casal estava separado e que o crime aconteceu durante uma discussão.

O réu teria desferido uma cabeçada no rosto da vítima, segurou os braços dela e a golpeou com uma tesoura. Mayara foi atingida por três golpes, todos no pescoço e todos fatais. Um na traqueia e outros dois na artéria carótida.

Para a polícia, Robinho tentou justificar o crime e alegou que agiu em legítima defesa. Ele contou que foi Mayara quem tentou matá-lo com a tesoura, mas ele conseguiu se defender e bateu a cabeça no nariz dela. Após desarmar a jovem, Robinho explicou que “apenas passou a tesoura no pescoço dela”.

A perícia não encontrou sinais de luta na casa, nem sujidade, ou qualquer outra substância de baixo da unha da vítima que indique que ela reagiu. Ainda segundo a denúncia, Mayara se separou do suspeito após 3 anos de relacionamento, ao perceber as demonstrações de ciúme excessivo por parte dele durante o período em que estava preso.

Ainda assim, fazia visitas a Robinho na prisão e por isso teria aceitado recebê-lo em casa na noite do crime. Durante as investigações, a policias descobriu que o réu monitorava a namorada 24 horas por dia.

Em entrevista coletiva, a delegada responsável pelo caso, Ariene Nazareth Murad de Souza, explicou que o celular da vítima era cadastrado no e-mail de Robinho e assim ele conseguia monitorar todos os lugares que ela frequentava. Pelo cartão de crédito, o autor sabia cada compra feita e até o aplicativo do Uber usado por ela estava com o cadastro de Roberson.

Robinho ficou foragido por 51 dias e se apresentou na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) na tarde do dia 6 de novembro.

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