Foragido, Robinho diz que não tem segurança para se apresentar
Ele está "desaparecido" há 39 dias, depois de matar a tesouradas a jovem de 18 anos
Alegando estar sendo ameaçado, Roberson Batista da Silva, de 32 anos, afirmou em entrevista ao Campo Grande News que não tem segurança para se apresentar à polícia. Autor confesso do assassinato de Mayara Fontoura Holsback, 18 anos, o suspeito afirmou que está sendo ameaçado pela família da jovem.
Por mensagens enviadas ao WhatsApp que o jornal usa para receber sugestões dos leitores, Robinho, como é conhecido, afirmou que vem sendo ameaçado pela família de Mayara. Por áudios, a irmã da jovem, Viviane Fontoura Holsback, teria reforçado que o ex-cunhado pagaria pelo crime.
A reportagem teve acesso às gravações. Em uma delas, a jovem afirma que a morte da irmã foi planejada e diz que Roberson vai "pagar caro" pelo crime.
Na conversa, ela ainda rebate a acusação de que foi Mayara quem teria tentado matar o marido. Para a reportagem, a jovem desmentiu as acusações do ex-cunhado. “É mentira. Ele tá procurando todos os jornais. É tudo mentira, ele ameaçou meu irmão”, alegou.
Na tarde terça-feira (24), a família procurou a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência de ameaça contra Roberson. “Isso é uma injustiça, minha irmã não está aqui para se defender”, lembrou a irmã de Mayara.
Robinho está foragido há 39 dias e é procurado pela polícia. Mesmo sem se apresentar à delegacia, ele procurou o Campo Grande News para dar “sua versão dos fatos”. Em entrevista ele alegou legítima defesa, e afirmou que foi a esposa quem teria tentado matá-lo primeiro. “Apenas me defendi. Ninguém sai da cadeia da forma que sai, sem dever nada, para cometer um crime de matar alguém. Estão me julgando pelo meu passado”.
Bem diferente dessa versão, a polícia acredita que Robinho cometeu feminicídio triplamente qualificado. Segundo a delegada responsável pelo caso, Ariene Nazareth Murad de Souza, titular da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), a perícia não encontrou nenhuma sujidade, ou qualquer outra substância de baixo da unha de Mayara. Isso indicaria que houve luta.
Ainda segundo a perícia apontou nos exames necroscópicos, Mayara foi atingida por três golpes, todos em locais vitais. Um deles atingiu a traqueia e outros dois a artéria carótida.
”Nenhuma das testemunhas que foram ouvidas apontaram qualquer indício para que o crime seja legítima defesa. Estou convencida, e temos provas suficientes, de que foi cometido um feminicídio com outras três qualificadores, motivo torpe, que dificultou a defesa da vítima e meio cruel”, afirmou a delegada categoricamente em entrevista ao Campo Grande News.