Sem prisão, família espalha ‘procura-se’ pelo suspeito de assassinar Mayara
Enquanto investigação não tem desfecho, familiares vivem angústia
Sete dias depois que Mayara Fontoura Holsback, 18 anos, foi assassinada, o principal suspeito de cometer o crime, Roberson Batista da Silva, 33, ainda não foi preso, ao menos até onde a Polícia Civil informa para a imprensa e para a família. Enquanto isso, a busca pelo suposto assassino continua.
Os posts feitos pela família da vítima com a foto de “Robinho” ou “Madruga”, como é conhecido, e o alerta de “Procurado” viralizaram nas redes sociais.
A Polícia Civil não confirma se a confecção do cartaz foi da corporação ou de iniciativa popular.
A reportagem tentou contato com a delegada Ariene Murad, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde o caso foi registrado, mas ela não atendeu às ligações. A assessoria de imprensa da Polícia Civil também foi consultada, mas não deu retorno até o fechamento da matéria.
Angústia – Enquanto isso, a família de Mayara vive a agonia de não ver o desfecho do caso. “Eu não estou indo atrás, porque não sou polícia. Mas, não estou nem conseguindo trabalhar”, revelou o pai da jovem, Ademir de Souza Holsback, 43.
Ele, no entanto, continua esperançoso. “Acho que dessa semana não passa, acho que vão colocar a mão neste cara”.
O suspeito – Aos 33 anos, Roberson acumula ao menos 35 passagens pela polícia, dez anos de extensa ficha criminal.
Não foi uma única vez que ele cometeu violências contra namoradas e companheiras. Há seis anos, Robinho foi preso por atirar três vezes e quase matar a ex-mulher, sem contar as outras 11 vezes que ele foi denunciado por violência doméstica.
Ele já ficou preso por pelo menos quatro vezes, consta na ficha criminal dele.
O crime – Mayara Fontoura Holsback foi morta a tesouradas na noite da sexta-feira passada, dia 15, e o ex-namorado, no caso Roberson, é apontado como principal suspeito do crime, já tratado como feminicídio.
Ele estava preso no Instituto Penal de Campo Grande, recebeu alvará de soltura e foi liberado na quinta-feira (14), um dia antes de a jovem ser morta.
Segundo parentes da vítima, após o crime Roberson ligou para o marido de Viviane Fontoura Holsback, irmã de Mayara, que está preso, e confessou o assassinato: "o serviço está feito", teria dito.
A jovem foi assassinada na casa dela, no bairro Universitário - no sul de Campo Grande. Conforme boletim de ocorrência, a vítima foi encontrada nua sobre a cama com parte do corpo coberto com edredom. Havia sangue no colchão, nas cobertas e algumas manchas no banheiro (no interruptor e na parede).
A tesoura usada no crime foi localizada coberta de sangue ao lado do corpo, que já estava em rigidez cadavérica.