Foragido, suspeito de matar Mayara tenta salvo-conduto para ficar livre
Pedido foi negado por juiz que ainda determina que suspeito se apresente o mais rápido possível
Foragido há 13 dias, Roberson Batista da Silva, 32 anos, pediu na Justiça a revogação da prisão preventiva alegando que teme por sua integridade física. O pedido foi negado ontem (27) pelo juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete de Almeida.
Roberson é o principal suspeito de matar com golpes de tesoura a namorada Mayara Fontoura Hosback, 18 anos, no dia 15 deste mês. O crime aconteceu na casa da vítima, no Bairro Universitário, região sul de Campo Grande.
A prisão preventiva foi decretada em audiência de custódia, um dia depois do crime. O pedido para a revogação foi feito pelo advogado do suspeito, que ainda alegou que Roberson deseja se apresentar, porém teme por sua integridade física e se considera prejudicado, pois a imprensa está fazendo plantão em frente à Deam (Delegacia Especializada de Proteção à Mulher). O Ministério Público opinou pelo indeferimento do pedido.
Na decisão, o juiz afirmou que não vê novos fatos que justifiquem rever a decisão que decretou a prisão preventiva do suspeito. “O crime teoricamente cometido pelo requerente é grave e possui repercussão social muito ampla (feminicídio), motivo pelo qual entendo que a sua colocação em liberdade, no momento, pode colocar em risco a ordem pública. Entendo, ainda, também, sob o fundamento da garantia da ordem pública, que a prisão do investigado deve ser mantida neste momento, a fim de evitar sua reiteração criminosa, visto que, em consulta verifica-se que o requerente possui aparente conduta social voltada à prática criminosa”.
Além disso, o juiz também levou em consideração o fato de que o investigado recebeu foi solto um dia antes do crime. Na decisão, o juiz ainda determina que Roberson se apresente o mais rápido possível.
Crime - Conforme boletim de ocorrência, a jovem foi encontrada nua sobre a cama com parte do corpo coberto com edredom. Havia sangue no colchão, nas cobertas e algumas manchas no banheiro (no interruptor e na parede). A tesoura, usada no crime foi localizada coberta de sangue ao lado do corpo, que já estava em rigidez cadavérica.
À polícia, uma testemunha contou que na quinta-feira à noite, quando saía para trabalhar, viu a vítima com roupa de academia. Pouco tempodepois avistou o suspeito chegando em um veículo Fiat Siena prata, provavelmente um Uber.
O autor entrou na residência, na sequência, o irmão da vítima saiu e foi trabalhar. A irmã de Mayara, Viviane Fontoura Holsback, 20 anos, foi quem chamou a polícia. Ela ficou sabendo do homicídio quando foi informada pelo marido, que está preso.
Segundo parentes da vítima, após o crime, ele ligou para o marido de Viviane Fontoura Holsback, irmã de Mayara, que está preso, e confessou o assassinato dizendo: "o serviço está feito".