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Capital

Justiça mantém em liberdade guardas municipais suspeitos de integrar milícia

Ministério Público alegou que soltura dos suspeitos colocava em risco investigação

Clayton Neves | 16/07/2019 13:34
Rafael e Robert entraram correndo no Centro de Triagem. (Foto: Kísie Ainoã)
Rafael e Robert entraram correndo no Centro de Triagem. (Foto: Kísie Ainoã)

A 2ª Tuma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul negou recurso do MPMS (Ministério Público Estadual) que tentava revogar decisão que revogou prisão preventiva dos guardas municipais Rafael Antunes Vieira, Robert Vitor Kopetski e Flavio Narciso Morais da Silva, presos por ameaçar testemunha-chave em inquérito que investiga origem de arsenal apreendido no dia 19 de junho com Marcelo Rios, que também é guarda municipal.

No pedido, o Ministério Público alegou que a soltura do trio era necessária para “garantia da ordem pública, uma vez que estariam coagindo a testemunha e embaraçando as investigações envolvendo organização criminosa”.

Em sua decisão o relator do pedido, juiz substituto Waldir Marques, afirmou que reverter a soltura do trio não era possível pela “inexistência de previsão legal previstas no Código Penal. Após a decisão, ficou mantida a liberdade provisória dos suspeitos.

Coação e ameaças – Testemunha-chave na investigação sobre o arsenal, a mulher de Marcelo Rios passou a ser vigiada pelo trio assim que deixou Garras na madrugada da segunda-feira (20).

Conforme consta no registro dos flagrantes, ela passou a receber dinheiro, foi forçada a deixar sua casa e trocar o número de telefone, “tudo sob ameaça de morte”. A polícia registrou ainda que há “fortes suspeitas” de que o trio estava coagindo a testemunha por ordens do patrão e do filho dele, que os homens que atuavam como motoristas e seguranças chamam de “Guri”.

Detalhes - Conforme o registro, policiais do Garras constataram pela primeira vez que a mulher estava sendo vigiada na noite de segunda-feira, quando decidiram ir até a casa dela temendo que algo pudesse acontecer em razão do depoimento prestado pela mesma naquele dia.

No local, os investigadores abordaram o motorista de um Renault Sandero vermelho que estava estacionado em frente à casa da testemunha. O condutor, depois identificado como Flavio, disse ser vizinho e amigo da família. A mulher confirmou.

Ela, contudo, foi levada para a delegacia com os filhos, e lá, revelou que o homem integrava a “escolta” para a qual o marido também trabalhava.

Ainda conforme depoimentos, naquele mesmo dia, por volta das 23h, Flavio foi novamente até a casa da testemunha e disse a ela que seria o responsável por tudo que ela precisasse. No dia seguinte, o investigado levou a mulher até o Fórum, na tentativa de fazer com que ela passasse recado para o marido, antes ou depois da audiência de custódia. A estratégia não deu certo.

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