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Capital

Justiça mantém presos dois alvos de operação contra rede de pedófilos

Vendedor e advogado passaram por audiência de custódia na manhã desta 2ª-feira; ‘sou avô’, disse o homem de 64 anos ao juiz

Anahi Zurutuza e Bruna Kaspary | 23/10/2017 09:52
Fachad do Fórum de Campo Grande, onde audiências foram realizadas na manhã desta segunda-feira (Foto: Marina Pacheco)
Fachad do Fórum de Campo Grande, onde audiências foram realizadas na manhã desta segunda-feira (Foto: Marina Pacheco)

Os dois homens presos durante a Operação Luz da Infância, força-tarefa deflagrada na sexta-feira (23) contra uma rede de pedófilos, serão mantidos na cadeia por tempo indeterminado. A conversão das prisões em flagrante para preventiva foi determinada pelo juiz Paulo Afonso De Oliveira, 2ª Vara Cível de Campo Grande.

Até este domingo (22), o vendedor de carros, de 27 anos, e o a advogado, de 64 anos, dois alvos da operação em Campo Grande, eram mantidos em celas da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos). Agora, se não conseguirem nova decisão judicial para que possam responder à investigação em liberdade, os presos provisórios devem ser transferidos para celas no Complexo Penal de Campo Grande.

Sem advogado, o vendedor foi o primeiro a ser ouvido pelo magistrado durante audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (23).

O defensor do rapaz, Ronaldo Franco, afirma que ainda precisa ter acesso ao auto de prisão em flagrante para formular um pedido de habeas corpus. Além da prisão por envolvimento na rede nacional de pedófilos, o vendedor foi flagrado com droga e arma.

‘Sou avô’ – Já o advogado estava acompanhado de um defensor. Ao ser perguntado pelo juiz se ele tinha família, o preso respondeu que é casado há 36 anos, tem filhos e um neto. “Então o senhor já é avô?”, questionou Paulo Afonso. O suspeito de integrar uma rede de pedófilos respondeu afirmativamente.

Diogo Eduardo Pereira da Silva, defensor que acompanhava o advogado preso, afirma que também vai pedir a liberdade do cliente, mas ainda precisa se inteirar dos fatos. “Ainda não tive acesso aos auto de prisão em flagrante, preciso conversar com a família e saber o que encontrado no computador apreendido”.

Na mão do investigador, computador apreendido em um dos endereços vasculhados (Foto: André Bittar/Arquivo)
Na mão do investigador, computador apreendido em um dos endereços vasculhados (Foto: André Bittar/Arquivo)

Operação – Em 24 Estados e no Distrito Federal, a Polícia Civil saiu as ruas na sexta-feira (20) em busca de provas contra uma rede nacional de compartilhamento de pornografia infantil. A Operação Luz da Infância foi coordenada pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) e prendeu ao menos 90 pessoas no país.

Em Campo Grande, a força-tarefa cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços residenciais no Jardim Noroeste e Guanandi e em um escritório de advocacia na Vila Rosa Piras, região do Itanhangá, um bairro nobre da Capital.

Os dois homens acabaram presos em flagrante diante das circunstâncias encontradas nos locais das varreduras.

“Trata-se de uma rede de compartilhamento de imagens. E para entrar nessa rede, a pessoa já tem que ter um material a disponibilizar”, explicou Paulo Sérgio Lauretto, delegado titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente), que comandou a operação na Capital, em coletiva na sexta-feira.

Conforme a delegada Marília de Brito Martins, nos locais alvos das buscas foram apreendidos computadores, tabletes, notebooks, diversos aparelhos celulares, inúmeros HD’s que continham em sua maioria vídeos de pornografia e gel massageador.

“Todo material será periciado e iremos pedir a quebra de sigilo telefônico dos suspeitos”, também adiantou da delegada na sexta-feira.

Matéria editada às 10h32 para acréscimo de informação.

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