“Lixões” estão por toda parte em bairro com maior incidência de dengue
Região do Nova Lima está na cor vermelha com número "muito alto" de notificações de casos de dengue
A dengue avança em Campo Grande e um dos principais problemas continua sendo os criadouros dos mosquitos Aedes aegypti. Conforme levantamento da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), 7 dos 74 bairros da Capital estão classificados na cor vermelha com número "muito alto" de notificações de casos de dengue, entre eles, o Nova Lima, região norte da Capital.
Segundo autoridades em saúde, qualquer recipiente que acumule água é considerado um criadouro do mosquito. Na maioria das vezes, a dengue pode estar dentro de casa. Porém, na região do bairro que possui mais de 35 mil habitantes, não é raro encontrar verdadeiros lixões a céu aberto.
Um deles fica no prolongamento da Rua Marquês de Herval, que se tornou um terreno fértil para a dengue. A assistente de educação Cristiane Ribeiro, 37 anos, mora perto do local há mais de 13 anos e diz que o descarte de lixos é feito constantemente e, por incrível que pareça, a coisa piorou após chegada do asfalto na região.
“Fizeram a pavimentação há dois anos. Sem dúvidas, é uma melhoria que traz qualidade de vida para a gente. Mas com o asfalto, ficaram sem local para jogar lixo e agora, concentraram tudo ali e jogam de tudo, até animal morto", relata a moradora.
O segurança Fausto Carmo, 57 anos, também mora nas proximidades do terreno, conta que faz de tudo para evitar focos de mosquito dentro do seu quintal, mas o descaso acaba sendo da própria população, que descarta materiais em locais inapropriados.
"Procuro manter o quintal sempre limpo e cuido também para que não joguem lixo aqui próximo, mas é complicado, porque despejam à noite, acredito, inclusive, que são de outros bairros”, diz. “Aqui tem bastante PM, mas acredito que deveria ter uma ronda municipal para averiguar essa situação. É uma pena que isso ainda aconteça, porque aqui na região tem um local que recebe descartes da população”, finaliza o morador.
Na Rua Acrópole, localizada no Jardim Arco-Íris, parcelamento do Bairro Nova Lima, terrenos baldios também são facilmente encontrados. O aposentado Benedito Góes, 76 anos, reclama das montanhas de lixo espalhadas pela região. “Já peguei dengue duas vezes e sei que é sofrido. Quem despeja lixo em local público deveria ser severamente punido", sugere.
Outros 20 bairros de Campo Grande estão definidos pela cor laranja e possuem "alto" número de notificações, entre eles, a Vila Carlota, onde moradores também atribuem a alta incidência de dengue ao acumulo de lixo em terrenos baldios, um deles no cruzamento da Rua do Dólar com a Rua do Cruzeiro.
“Está uma sujeira imensa, minha irmã mora ali perto, passou mal e foi ao hospital, detectaram que era dengue, agora está tomando soro. Ela tem um bebê que também corre risco de pegar”, denuncia a funcionária pública Patrícia Souza, 45 anos.
Em relação ao acumulo de lixo em terrenos baldios, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) informou que não realiza limpeza, apenas a fiscalização, e que constatada a irregularidade, é encaminhada uma notificação aos proprietários dos terrenos para a correta manutenção.
Em relação a espaços públicos, administração municipal informou que faz a limpeza de pontos de descarte irregular com frequência, porém as pessoas continuam usando o local para despejar lixo e entulho.
A população pode colaborar e apontar os locais onde há descarte irregular pelo telefone 156 e denunciar os infratores.