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Capital

Lojistas se unem no WhatsApp para trocar informações e combater furtos

Segundo vendedores e gerentes do Centro, todo dia tem furto

Liana Feitosa e Cleber Gellio | 06/04/2022 15:18


Furtos são parte da rotina nos comércios do Centro de Campo Grande, mas não há frequência de delitos que faça funcionários de lojas se acostumarem com a insegurança, o medo e a frustração. O Campo Grande News percorreu a região para conversar com lojistas nesta quarta-feira (6).

Nesta segunda-feira (4), duas de quatro mulheres que faziam vários furtos no Centro da Capital foram presas em flagrante pela GCM (Guarda Civil Metropolitana). Um desacoplador de alarmes, usados nessas lojas, foi encontrado com as mulheres e, entre os produtos furtados, estavam brincos, roupas, carteira, acessórios de cabelo, celular, creme e ovos de páscoa de ao menos três lojas diferentes.

Método de prevenção - “Espero que agora os furtos acabem e a gente tenha mais segurança”, afirma Katy Guedes, de 35 anos, gerente de uma loja de variedades localizada na Rua Dom Aquino. Para tentar inibir furtos, esse estabelecimento tem cinco profissionais de prevenção, que são um tipo de “seguranças” das lojas. Eles não ficam armados, apenas observam a ação dos clientes. Nesse comércio, fica um funcionário em cada porta e outros três circulando pelo local.

Vendedor que trabalha no Centro registrou momento em que uma das acusadas de arrastão foi detida. (Foto: Reprodução/Direto das Ruas)
Vendedor que trabalha no Centro registrou momento em que uma das acusadas de arrastão foi detida. (Foto: Reprodução/Direto das Ruas)

Ela explica que, muitas vezes, eles sabem quem está cometendo furtos apenas pelas atitudes. Por testemunharem muitos casos, é possível identificar no comportamento dos ladrões quem está furtando. “As pessoas acabam se entregando”, complementa. Os produtos mais visados são lingeries.

Os clientes suspeitos não são abordados e, muitas vezes, o furto só é descoberto depois, quando imagens das câmeras dos comércios são vistas.

Insegurança - Para Katy, a prisão das acusadas representa a esperança de que a região terá mais segurança. “Espero que a Guarda e a PM (Polícia Militar) estejam sempre alertas pra gente não ficar refém de bandidos. A presença deles coíbe a ação dessas pessoas”, considera a gerente.

Ela classifica como “horrível” a sensação de insegurança diante de furtos, “porque não sabemos com que tipo de gente estamos lidando”, completa.

WhatsAppKaty ainda conta que lojistas do Centro se uniram no WhatsApp para tentar combater a ação de criminosos. Na segunda-feira, vários gerentes já sabiam que a gangue estava na região, porque, além das mulheres serem conhecidas por furtos em lojas, a informação também se espalhou rapidamente pelo grupo de mensagens. São cerca de 80 trabalhadores do comércio do Centro que participam do grupo para trocar informações com o intuito de prevenir prejuízos causados por bandidos.

Foi nesse grupo que um dos membros registrou, e comemorou, o momento em que uma das acusadas foi detida pela GCM. No vídeo acima, a pedido de membros do grupo, modificamos a voz do homem que fez as imagens para que ele não seja identificado.

Rotina - Gláucia da Silva, de 23 anos, gerente há 6 anos de uma loja de cosméticos que fica na Rua Barão do Rio Branco, conta que nesse estabelecimento, são seis pessoas trabalhando na prevenção de furtos. “Não passa um dia sem que não tenha algum furto. Todo dia tem”, relata Gláucia. A única medida que esse comércio usa, além dos funcionários de prevenção, são lacres de plástico colocados em sacolas de compras dos clientes ao entrarem no local, para evitar que produtos da loja sejam colocados dentro delas.

Tanto no estabelecimento onde ela trabalha, como onde Katy é gerente, ao flagrarem alguém furtando, a medida é resolver a situação no diálogo. Dificilmente a polícia é acionada ou boletim de ocorrência é registrado por causa da burocracia e o tempo que se leva para fazer esses procedimentos.

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