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Capital

Mãe e padrasto de bebê que morreu após 20 dias em coma são soltos pela Justiça

Juiz desclassificou homicídio para lesão corporal porque laudo não comprova que houve agressão em menino

Por Ana Paula Chuva | 07/01/2025 15:27
Mãe e padrasto de bebê que morreu após 20 dias em coma são soltos pela Justiça
Jhemerson deu entrada no hospital ferido e em coma (Foto: Direto das Ruas)

Após a desclassificação de homicídio doloso para lesão corporal seguida de morte, o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence revogou a prisão preventiva de Marcieli de Jesus Vieira e Eduardo José Barbosa, mãe e padrasto do pequeno Jhemerson de Jesus Belmonte, que morreu após 20 dias em coma na Santa Casa de Campo Grande. O menino deu entrada no hospital no dia 23 de janeiro do ano passado com ferimentos e o caso passou a ser investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

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A mãe e o padrasto de Jhemerson, que morreu após 20 dias em coma, tiveram suas prisões preventivas revogadas após a desclassificação do crime de homicídio doloso para lesão corporal seguida de morte. A defesa argumentou que as lesões da criança foram causadas por uma queda de muro, versão corroborada por laudo pericial, enquanto o Ministério Público alegou agressões. Apesar de o juiz reconhecer a falta de provas suficientes para comprovar a intenção de matar, a investigação continua e o casal responderá ao processo em liberdade, com medidas cautelares como monitoramento por tornozeleira eletrônica.

Eduardo e Marcieli foram presos sob acusação de terem espancado a criança no dia 1º de fevereiro de 2024. Na ocasião, Jhemerson ainda estava vivo e o caso foi registrado como tentativa de homicídio. Eles já tinham prestado depoimento e negaram qualquer agressão contra a criança, que acabou não resistindo e morreu no dia 12 daquele mês e o crime passou para homicídio qualificado.

O casal foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que chegou a alegar quem os dois eram extremamente agressivos tanto com Jhemerson quanto com a outra filha de Marcieli. E que “abusavam dos meios de correção e disciplina durante a rotina familiar, de forma a expor a perigo à vida das crianças”.

Além disso, o órgão pontuou que a família vivia em uma residência invadida em condições insalubres sem higiene básica e, no dia dos fatos, Eduardo havia batido em Jhemerson de forma contundente e violenta, causando-lhe lesões em órgãos internos e um ferimento grave no crânio. Depois disso, o casal deixou de acionar o socorro imediatamente “permitindo que o menor sofresse”.

No entanto, na versão dada pelos réus em depoimento, as lesões encontradas na criança haviam sido causadas pela queda de um muro e, segundo o advogado Luridiou Silva, que atua na defesa de Eduardo, laudo pericial comprovou o relato. Com isso, houve a desclassificação da acusação para lesão corporal seguida de morte.

Mãe e padrasto de bebê que morreu após 20 dias em coma são soltos pela Justiça
Eduardo quando foi preso em janeiro do ano passado (Foto: Alex Machado | Arquivo)

Segundo a decisão, o juiz afirma que o depoimento do médico legista pontua que as lesões encontradas no menino são compatíveis com a queda do muro, mas não pode descartar ou afirmar que foi isso ou possíveis agressões que causaram a morte de Jhemerson. Diante disso, não foram encontradas provas suficientes que indiquem que os acusados espancaram a vítima.

“Todavia as circunstâncias serão melhor analisadas por ocasião da sentença com aprofundamento do mérito. Por ora, a falta de indícios de que tiveram a intenção de produzir a morte é o suficiente para afastar a intenção de matar”, declarou o juiz Aluizio Pereira dos Santos, que manteve a prisão preventiva do casal em 13 de dezembro do ano passado.

Liberdade – Após a desclassificação, o advogado de Eduardo entrou com o pedido de liberdade provisória, que foi concedida pelo desembargador Ruy Celso. Na decisão, ele considerou a primariedade do rapaz e da mãe da criança, além de que, caso condenados, a pena inicial de ambos poderá ser em regime diferente do fechado.

Com isso, eles tiveram as medidas cautelares diversas da prisão concedidas e deverão ser monitorados por tornozeleira eletrônica por 180 dias, não podem sair da cidade ou frequentar bares, ou congêneres, devem manter o endereço atualizado e comparecer em todos os atos do processo e em juízo mensalmente.

Ao Campo Grande News, o advogado de Eduardo afirmou que a defesa ainda trabalha para comprovar que o rapaz não teve nenhuma ação que resultou nas lesões que culminaram na morte de Jhemerson, mas que agora ele poderá responder em liberdade.

Mãe e padrasto de bebê que morreu após 20 dias em coma são soltos pela Justiça
Jhemerson em maca na Santa Casa onde recebeu atendimento (Foto: Direto das Ruas)

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