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Capital

Mães de pacientes classificam refeição na Apae como "precária" e pedem mudanças

Associação informa que possui nutricionista e que todo cardápio passa por orientação

Antonio Bispo e Caroline Maldonado | 21/07/2023 17:45
Reunião teve a presença de integrantes da Apae, Clube de Mãe e CDCA (Foto: Caroline Maldonado)
Reunião teve a presença de integrantes da Apae, Clube de Mãe e CDCA (Foto: Caroline Maldonado)

O Clube de Mães da Apae (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) relata alimentação precária oferecida aos alunos na Cedeg/Apae (Centro de Educação Especial Girassol). Na manhã desta sexta-feira (21), uma reunião foi realizada com representantes da associação e da CDCA (Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente) da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil).

Ao Campo Grande News, algumas mães relataram que, nos últimos meses, a refeição servida às crianças, adolescentes e adultos  atendidos pela instituição não está de acordo com o que deve ser oferecido que tem problemas de saúde, principalmente aos que fazem uso de sonda para se alimentarem.

Com um filho de 18 anos que tem síndrome de Dandy-Walker e é atendido pela associação há 10 anos, Viviane Kauve, de 47 anos, contou que antigamente os alunos tinham como refeição arroz, feijão e proteína. Entretanto, ultimamente, a alimentação se reduz à bolacha com suco e, às vezes, somente banana.

“Meu filho não come sólido, somente pastoso e líquido. Teve dia que serviram suco com bolacha. Outra vez a funcionária da cantina disse que só tinha molho de salsicha e ela bateu o molho do liquidificador pra eu dar para o meu filho”, disse.

A mulher relatou que a direção foi procurada a respeito do assunto, mas que ouviu que era o que recebiam do município.

Já a vendedora Nora de Souza Bispo, de 60 anos, mãe de um filho de 40 anos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e atendido pela Apae há 20 anos, declarou que houve diversas outras reuniões para relatarem problemas, mas que nunca foram solucionados. “Já é a sexta reunião que estamos tendo. A presidente sabe dessas situações e nada foi resolvido. Queremos uma providência”, contou.

Assim denuncia a dona de casa Sandra de Oliveira Trindade, de 48 anos, também mãe de um filho com Transtorno do Espectro Autista e atendido pela associação. Segundo a mulher, a qualidade da refeição começou a cair no ano passado.

“Já levamos à direção e foi falado que era a única alimentação que podiam dar e que tínhamos que nos adequar ou ir para outro lugar. Quando buscamos a presidência e a direção, não tivemos devolutiva”.

Além das representantes do Clube das Mães, da direção da Apae e da CDCA (Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), esteve presente a vereadora Luiza Ribeiro, que afirmou acompanhar o caso de perto para que tudo seja solucionado.

Apae nega – Em nota, a associação afirmou que as denúncias apresentadas pelo Clube de Mães não procede.

“Não procede a acusação de que o Centro de Educação Especial Girassol (CEDEG/APAE) serviu molho de cachorro quente na sonda do aluno. O CEDEG/APAE preza pelo cuidado e saúde de seus alunos e sempre ofereceu um atendimento e alimentação de qualidade. A unidade escolar possui uma nutricionista, onde toda alimentação feita e ofertada aos alunos é sob sua orientação. Outro ponto a destacar é que a unidade escolar da APAE/CG segue o cardápio escolar da rede municipal de ensino, onde PROÍBE oferecer alimentos embutidos na merenda escolar para os alunos. A APAE de Campo Grande lamenta todas as declarações e reitera o seu compromisso de transparência e, principalmente, de cuidado e defesa dos direitos da pessoa com deficiência. Toda a diretoria da APAE/CG sempre prezou e se colocou à disposição de todos os usuários, pacientes, alunos, familiares e responsáveis que frequentam a instituição.”, escreveu.

O Clube de Mães da Apae informou que enviou a denúncia para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que foi procurado pela reportagem, mas não teve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

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