Mais uma vítima de lutador se une à família em protesto no Fórum
O universitário Rafael Mecchi, de 22 anos, que já foi agredido por Christiano Luna de Almeida, de 23 anos, em uma festa em 2009, uniu-se à família do segurança Jeferson Bruno Escobar, morto pelo lutador na madrugada do último sábado (19), em um bar em Campo Grande. Ele fez coro para que a Justiça não liberte Almeida.
Rafael lamentou a morte do segurança e disse que também poderia ter morrido na agressão que sofreu em 2009, na saída da Expogrande, pelo mesmo autor.
O estudante conta que foi chamar um conhecido perto de uma confusão no Parque de Exposições e acabou agredido por seis rapazes, um deles era Christiano. O grupo deu chutes e socos, quando Rafael já estava no chão.
A mãe lembra que ele foi retirado da briga pelas duas irmãs."Quantas outras pessoas têm de se tornar vítimas para que ele continue preso", questionou o rapaz. O caso virou inquérito policial, sem conclusão até hoje.
Rafael conta que faz terapia e toma medicamentos controlados e agora tem medo de sair em festas e lugares cheios.
O estudante estava acompanhado da mãe, Fátima Regina de Freitas Mecchi, de 43 anos, que também pediu Justiça e declarou apoio a família de Bruno.
“Nó temos que fazer de tudo para que ele não saia da cadeia e a Justiça de Deus seja feita depois”, disse Fátima para João Márcio Pai do Bruno, pai de Bruno.
Fátima comenta que ninguém sabe quem é o “padrinho” que protege Christiano, que sempre sai impune dos atos que comete. O acusado é advogado, formado em 2010.
“Ele (Christiano) precisa de ajuda, de tratamento porque ele matou uma pessoa. Se ele tem pais, não sei onde eles estão na vida dele”, comenta a mãe da primeira vítima do lutador.
Cerca de 50 pessoas com faixas e gritando palavras de ordem pedindo Justiça estiveram na manhã desta segunda-feira (21), em frente ao Fórum da Capital para protestar contra possível libertação do lutador, que matou o segurança Jeferson Bruno Escobar, com soco.
Emocionado, o pai do segurança, João Márcio Escobar, de 46 anos, contou que o filho tinha sonhos, tinha trancado a faculdade de Direito para realizar um deles, comprar um carro, que nem chegou a aproveitá-lo.
“Recebi um telefone de madruga, dizendo que meu filho tinha sofrido um acidente, quando perguntei como ele estava, me disseram que ele tinha morrido, e quase eu morri junto com ele nesta notícia. Somente quem perde um filho sabe o que é isso. O Bruno era um rapaz alegre, cheio de sonhos, trancou a faculdade para poder comprar um carro, ele trabalhava de manhã e a noite para realizar este sonho, que não conseguiu aproveitar. Já mais imaginei perder um filho”, lamentou Escobar.
O pai do segurança disse que tem esperanças que Justiça não liberte Cristiano, que hoje está no presídio de Trânsito da Capital.
“Espero que a justiça seja feita. É muito triste ver um jovem da mesma idade que o meu filho tinha cometendo essas atrocidades, agredindo as pessoas. Se você comete um crime ambiental, não há fiança e você continua preso, mas se você mata uma pessoa você responde em liberdade. Quanto vale uma vida humana?”, comparou o pai do segurança.
Ele ainda afirma que não quer reparações financeiras e sim que ele cumpra a pena pelo crime cometido.
“Eu não penso em reparos materiais, danos morais. Quero que ele pague pelo crime, sei que os pais dele devem estar sofrendo pelas atitudes do filho, mas ele (Christiano) deve pagar”, espera Escobar.
A família anunciou que foi autorizada a doação dos órgãos de Jeferson Bruno, mas somente as córneas foram aproveitadas.
O vídeo com as imagens do crime já estão com a Polícia.