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Capital

“Maníaco do Parque das Nações” é reconhecido por mais uma vítima

Mulher foi até a delegacia na manhã de hoje e confirmou ter sido perseguida por José Carlos de Santana Júnior

Por Ana Paula Chuva e Geniffer Valeriano | 04/10/2023 17:13
Delegada Analu Ferraz conversou com o Campo Grande News nesta tarde (Foto: Alex Machado)
Delegada Analu Ferraz conversou com o Campo Grande News nesta tarde (Foto: Alex Machado)

Mais uma vítima reconheceu José Carlos de Santana Júnior, 37 anos, conhecido como “Maníaco do Parque das Nações”. A mulher, que não teve a idade revelada, esteve na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) na manhã desta quarta-feira (4) e confirmou ter sido perseguida pelo homem no dia 21 de setembro deste ano.

De acordo com a delegada Analu Ferraz, a perseguição aconteceu no início da manhã na Avenida Eduardo Elias Zahran. No entanto, quando notou que estava sendo seguida pelo homem que fingia falar ao telefone, correu para um estabelecimento comercial e pediu ajuda. Após a notícia da prisão de Júnior Santana, a mulher decidiu ir à delegacia e conseguiu fazer o reconhecimento antes que ele fosse levado para presídio.

“Logo depois, ele foi encaminhado para a penitenciária. Já temos ao menos outras três vítimas que farão o reconhecimento e estamos fazendo a varredura nos boletins de ocorrência para identificar se há outras possíveis vítimas”, disse a delegada.

Ao Campo Grande News, Analu contou que durante o trajeto até a delegacia, Júnior ficou orando dentro da viatura e ao ser questionado sobre os crimes optou por se manter em silêncio durante o interrogatório, mas confirmou ser ele mesmo nos vídeos que foram divulgados. Sobre ter agredido alguma das vítimas, o homem teria apenas dito “tenho minhas fraquezas, mas não bato em ninguém”.

Ainda de acordo com a delegada, durante o tempo em que ficou na delegacia, Júnior se manteve calmo e bastante passivo, mas disse que falaria apenas em juízo. Já sobre a quantidade de vítimas, Analu explicou que vai ser difícil mensurar, pois ele estava solto há aproximadamente dois anos e acredita que José Carlos tinha consciência dos crimes que estava cometendo.

Sala na Deam onde suspeito fica para reconhecimento das vítimas (Foto: Alex Machado)
Sala na Deam onde suspeito fica para reconhecimento das vítimas (Foto: Alex Machado)

Hoje, ele passou por audiência de custódia por porte ilegal de arma de fogo, já que na casa de seu pai foi encontrada uma arma de pressão adulterada para disparo de calibre 22. Na ocasião, ele teve a liberdade provisória concedida, mas foi mantido preso por conta dos estupros. A decisão é do juiz Francisco Vieira de Andrade Neto. Para o magistrado, não há indícios suficientes para manter a prisão pelo porte ilegal de arma de fogo, mas aplicou medidas cautelares específicas, por conta do histórico de José Carlos.

Com isso, ficou determinado que ele compareça ao CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), a participação ao Grupo Reflexivo – Dialogando Igualdades – por 16 semanas, o comparecimento mensal e presencial ao tribunal, além da comprovação de que está indo ao grupo e o juiz ainda mandou que o suspeito use tornozeleira eletrônica por 180 dias.

“A aplicação das medidas cautelares farei de modo muito particular considerando toda particularidade do caso, em especial, as características pessoais do custodiado, extremamente preocupantes, com histórico de prática de crimes sexuais intenso, já com algumas condenações transitadas em julgado e algumas penas já cumpridas, como sendo um homem, em nosso Estado, com um rótulo de modo geral, que causa, inegavelmente, um pânico social”, escreveu o magistrado.

Arma que Jose Carlos escondia na fazenda do pai (Foto: reprodução / Auto de Prisão em Flagrante) 
Arma que Jose Carlos escondia na fazenda do pai (Foto: reprodução / Auto de Prisão em Flagrante)

Caso - José Carlos foi preso por policiais da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), nesta segunda-feira (2), em frente ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Antes de ser capturado, as equipes foram à fazenda do pai dele em Terenos, onde o carro utilizado nos crimes estava. O veículo foi apreendido e será periciado.

Na delegacia, após ser preso, questionado sobre os crimes, o maníaco revelou para as delegadas que não se controlava e não sabia por que cometia os crimes. No momento em que estava detido na cela, ele ficava orando. Desde que foi solto, ele atuava como motorista de aplicativo e oferecia serviços a domicílio de lavagem de veículos e limpeza de estofados nas redes sociais.

Estupros -  Após dois anos solto, beneficiado com a progressão de regime, depois de ser preso em 2007 por abusar sexualmente de mulheres, José Carlos voltou a atacar. Imagens de câmera de segurança mostram o rapaz falando ao celular e seguindo as vítimas. Conforme a Deam, são pelo menos três casos de estupros confirmados e mais um quarto em investigação. Segundo a polícia, a vítima ainda vai prestar depoimento na delegacia. Três deles ocorreram neste ano e um caso ano passado.

José Carlos no momento em que foi preso pela equipe da Deam (Foto: Divulgação | PCMS)
José Carlos no momento em que foi preso pela equipe da Deam (Foto: Divulgação | PCMS)

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