Manifestação de professores em greve e alunos reúne 3,9 mil no Centro
Cerca de 3,9 mil professores e estudantes, segundo a Polícia Militar - ou 5 mil, segundo os organizadores - realizaram manifestação no Centro de Campo Grande na manhã desta sexta-feira (29). Em greve, os professores das estadual e municipal fizeram um ato unificado pelo reajuste salarial.
Eles saíram da frente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) e seguiram em direção à Praça Ary Coelho, onde realizaram diversos discursos em defesa aos professores exigindo o reajuste de 13% no piso salarial de 13% para os professores da rede municipal de 10,98% para os profissionais das escolas estaduais.
A Justiça determinou, nesta semana, o retorno às aulas dos professores do município e do Estado. No entanto, segundo presidente da ACP, Geraldo Alves Gonçalves, eles recorreram da decisão e vão manter a greve na esperança de cancelar a multa definida pelo desembargador Eduardo Contar, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que a fixou em R$ 50 mil. Já o desembargador Sérgio Fernandes Martins determinou multa de R$ 25 mil aos docentes da rede estadual.
A Fetems também vai manter a paralisação apesar da decisão judicial. O presidente da entidade, Roberto Botarelli, informou que foi notificado da decisão da Justiça na manhã de hoje, mas manteve a paralisação. A federação vai recorrer da decisão e esperar o julgamento do recurso, que pode levar até 10 dias.
Um grupo de 100 alunos da rede estadual se organizou através de redes sociais, por conta própria, para apoiar a greve dos professores. "Apoiamos os professores porque sabemos a dificuldade que passam dentro das salas de aula. Nós também estamos sendo prejudicados com a greve já que o ENEM se aproxima, mas continuaremos mesmo que depois tenhamos que repor as aulas" declarou Sara do Nascimento aluna da escola Lúdio Martins Coelho.
Os estudantes de oito escolas garantiram que foram sozinhos e sem apoio de entidade para o protesto. Segundo um dos líderes, Thales Bandeira, que cursa o ensino médio na Escola Joaquim Murtinho, o objetivo é apoiar os professores e os servidores administrativos. Ele disse que outros atos vão ocorrer caso a paralisação continue na rede estadual.
"Sabemos que a greve é prejudicial, principalmente, para quem está se preparando para vestibular e Enem, mas se não tiver outra opção, pelo menos apoiar", disse. "A educação é um investimento e precisa ser respeitada", destacou.
Os professores da rede municipal estão em greve desde segunda-feira. Eles querem a reposição de 13,01%, que foi o aumento do piso nacional em janeiro deste ano. O prefeito da Capital, Gilmar Olarte (PP), informou que não tem condições de dar o reajuste porque a cidade enfrenta uma crise financeira e os gastos com pessoal estão no limite do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Os docentes das escolas estaduais estão em greve desde quarta-feira e exigem reajuste de 10,98%, previsto na lei estadual. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) propôs reajuste de 4,3% em outubro deste ano e o cumprimento de 100% do piso para jornada de 20 horas em 2022. Atualmente, a lei prevê este índice em 2018. O Governo alega que também não tem condições de dar o reajuste neste mês.