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Capital

Manifestantes celebram ditadura, apoiam Bolsonaro e criticam lockdown

Havia ao menos 400 carros na avenida e canteiro, segundo estimativa da Polícia Militar

Guilherme Correia e Jhefferson Gamarra | 31/03/2021 17:20
 Manifestantes estacionaram carros sobre canteiro na Avenida Duque de Caxias (Foto: Kísie Ainoã)
Manifestantes estacionaram carros sobre canteiro na Avenida Duque de Caxias (Foto: Kísie Ainoã)

A partir das 16h20 desta quarta-feira (31), ao menos 400 campo-grandenses se reuniram na frente do prédio do CMO (Comando Militar do Oeste) na Avenida Duque de Caxias, na Vila Alba, celebrando o dia 31 de março, criticando medidas restritivas contra a pandemia de covid-19 e apoiando o presidente, Jair Bolsonaro (sem partido).

Eram duas frentes principais - uma criticava o lockdown, alguns vereadores e o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), enquanto a outra apoiava o atual governo federal, mobilizando carros de som tocando hino nacional.

A médica Sirlei Ratier, de 72 anos, uma das organizadoras da frente pró-Bolsonaro, explica que o movimento "conclama" as Forças Armadas para ajudarem o presidente durante o mandato. "Com a troca dos ministros das Forças Armadas, espero que o Brasil melhore. Não queremos volta da ditadura, só queremos o apoio ao presidente. O Bolsonaro está cercado por raposas, e torço para que agora dê certo as coisas".

Diversos cartazes tinham os dizeres "intervenção militar com Bolsonaro" estampados. A expectativa positiva em relação às nomeações feitas nesta semana também é sentida pelo aposentado Delfino José, de 72 anos, que afirma ter "apoio irrestrito" ao presidente.

"Ele é um homem honesto e honrado, e está tomando decisões corretas em prol do Brasil. Agora, com os novos ministros, espero que o Brasil dê certo e que Bolsonaro possa governar tranquilo e acertadamente", comenta.

Lockdown - Manifestantes que antes estavam na frente da prefeitura municipal de Campo Grande, na Avenida Afonso Pena, decidiram juntar vozes ao coro feito nesta tarde, e armaram acampamento sobre os canteiros da Avenida.

O comerciante Rodrigo Lins, de 38 anos, diz que irão remover os objetos ainda hoje, e que tinha medo de "sofrer represálias" por parte da prefeitura devido a manifestação. "Apoio o Bolsonaro, mas esse movimento é mais contra o lockdown. Não duvido da doença, mas o poder público tem que arrumar meios para que as pessoas possam trabalhar, principalmente empresários", ressalta.

O também comerciante Rafael Baís, de 28 anos, ressalta que cogitaram se reunir em frente a governadoria, mas também recuaram por receio. "Vamos tirar acampamento hoje porque o governo prometeu que vai flexibilizar a abertura do comércio, porém a Câmara [dos Vereadores] discute outras restrições. Se fizerem outras restrições, vamos acampar em frente a Câmara.

Manifestação também se opunha a vereadores eleitos em Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã)
Manifestação também se opunha a vereadores eleitos em Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã)

Ditadura - A manifestação foi feita hoje em alusão ao 31 de março, uma das datas associadas ao golpe militar de 1964, que encerrou o mandato do então presidente João Goulart.

Com apoio de segmentos da sociedade civil como proprietários rurais, donos de indústrias e parte das classes médias, além de segmento da Igreja Católica, o Dia do Golpe também é associado ao 1º de abril, já que o processo de derrubada da democracia se iniciou no último dia de março, mas só foi completado no primeiro dia do mês seguinte.

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