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Capital

Médicos recusam escalonamento de salários e convocam assembleia para votar greve

Flávia Lima | 20/07/2015 14:54
Presidente do SinMed, Valdir Siroma, diz que categoria pode retomar greve se não receber até 5º dia útil. (Foto:Arquivo/Fernando Antunes)
Presidente do SinMed, Valdir Siroma, diz que categoria pode retomar greve se não receber até 5º dia útil. (Foto:Arquivo/Fernando Antunes)

Médicos da rede pública municipal podem retomar a greve, caso a prefeitura não cumpra o acordo firmado na Justiça, de efetuar o pagamento da categoria até o 5º dia útil de cada mês. Insatisfeita com os salários, a categoria chegou a parar por quase um mês em maio. A paralisação buscava reajuste e a volta das gratificações.

O acordo firmado colocou fim ao movimento do médicos, que também receberam, este mês, em folha suplementar, as gratificações que haviam sido suspensas. No entanto, segundo Valdir Siroma, presidente do Sindicato dos Médicos, os profissionais não viram com bons olhos o escalonamento dos salários dos servidores municipais, anunciado pelo prefeito Gilmar Olarte (PP), no último dia 14.

"Nós temos um acordo independente de qualquer coisa. Se não for cumprido, podemos parar de novo", ressaltou Siroma. Contudo, a decisão só será tomada após assembleia, na primeira semana de agosto. "Vamos ver qual será a decisão da prefeitura", diz.

Siroma afirma que desde o anúncio do escalonamento, o sindicato não manteve mais contato com representantes da administração municipal. Na coletiva de anúncio do escalonamento dos salários, o secretário em exercício de Planejamento, Fianças e Controle, Ivan Jorge, ressaltou que a gestão vai conversar com os sindicatos das categorias para explicar a questão.

Além da paralisação, caso a promessa de pagamento em dia for quebrada, Siroma acredita que mais médicos podem pedir demissão, fato que já vem ocorrendo, conforme matéria publicada pelo Campo Grande News, no último sábado.

De acordo com o presidente do sindicato, a debandada dos profissionais ocorre pela insatisfação salarial e precariedade na estrutura de trabalho. Ele contou ainda que os médicos estão trocando Campo Grande para dar plantões nos municípios vizinhos.

Segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), 34 médicos concursados pediram exoneração, 221 convocados exigiram a revogação de contrato, totalizando 255 baixas, sem contar três profissionais que foram demitidos pela prefeitura.

Em média, 1,2 mil médicos atuam na rede municipal de saúde. Para compensar a baixa de 21,25% do quadro, a secretaria recorreu ao banco de cadastro fixo de profissionais. A saída, no entanto, não resolveu o problema.

Escalonamento - Semana passada, o secretário em exercício de Planejamento, Fianças e Controle, Ivan Jorge, anunciou que os 25.470 servidores públicos receberão entre os dias 7 e 21 de agosto. A justificativa foi a crise econômica, que se instalou na Capital desde o início do ano e as três grandes greves enfrentadas pela administração: dos médicos, professores e enfermeiros.

No entanto, a maior parte dos funcionários, 20 mil, que recebem até R$ 3 mil, vão ter os vencimentos depositados no dia 5 de agosto e o dinheiro será liberado 48 horas depois, dia 7. Já o restante dos profissionais, que recebem acima de R$ 7 mil, caso dos médicos, vão receber no dia 21 de agosto, três dias após o dinheiro ser depositado.

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