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Capital

Medo e compaixão se misturam em moradores cansados de vizinha em surto

Agressiva, a moradora precisa de tratamento, mas na atual situação, família diz que se sente de mãos atadas

Por Lucia Morel e Geniffer Valeriano | 12/12/2023 15:46

Medo e compaixão se misturam em moradores do bairro Tarumã com relação a uma moradora que vive pelas ruas do bairro em surto, xingando e atacando pessoas. Por um lado há o temor de consequências mais sérias em quem é atacado ou mesmo de alguém, com raiva, atacá-la. Por outro, há o conhecimento que o problema é mental, que a mulher, de 42 anos, precisa de ajuda, mas que suas ações estão saindo do limite.

Não é a primeira vez que os moradores pedem socorro ao Campo Grande News devido aos ataques da outra moradora. Em março do ano passado foi a mesma coisa e segundo eles, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros foram acionados. Na ocasião, a mulher foi levada à delegacia, mas liberada.

Dona de uma loja de sapatos, Marilene de Oliveira, 47 anos, teve o estabelecimento vandalizado pela vizinha. Janela foi quebrada e relógios de energia também. Ela disse ter dó da mãe da mulher, que não sabe mais o que fazer. “Ela é o terror da vizinhança e a gente fica com pena da mãe dela, que diz que não tem condições de internar a filha e que no Caps não internam e ela fica de mãos atadas”, contou Marilene.

Vizinhos disseram que a mãe da mulher em surto tem um documento que autoriza a internação compulsória, mas que o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) não atende a solicitação e ela não consegue conter a filha. Mãe, filha e um outro filho moram em casa no bairro, mas a mulher vive mais nas ruas que em casa.

Vídeos encaminhados pelos moradores ao Campo Grande News mostram a mulher quebrando relógios de energia e tijolos em loja no bairro na madrugada de 24 de novembro. Em outro, de hoje, o irmão a leva, pelas mãos, de volta para casa. Entretanto, na residência, ninguém atendeu a reportagem.

Conforme Marilene, ela pensa até em mudar o local da loja dela, que acaba servindo para que quem tem medo se esconda da vizinha agressiva. “Os alunos entram aqui direto com medo dela. Já cheguei a acompanhar alguns em casa porque temiam que ela os atacasse”, contou.

Com mãe e irmão de 14 anos morando no bairro, Larissa Meier, de 26 anos, reclamou que o maior medo dela é que o irmão adolescente revide as agressões da vizinha e acabe cometendo algo mais grave. “Ele é grandão. Ela vive xingando e agredindo ele quando está na rua. Ela jogou uma garrafa nele esses tempos e ele jogou de volta. Daqui a pouco é ele respondendo por um crime”, lamentou.

Outra moradora é Maria Regina Vieira, de 61 anos, que relata que já buscou abrigo na loja de Marilene para se esconder da mulher em surto. “Sempre que eu a vejo evito passar por onde ela está. Porque se ela vir pra cima, não vou ter forças de revidar”, disse, reforçando que “ela na rua é uma preocupação constante para nós aqui”.

O que fazer – Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e SAS (Assistência Social) informaram que casos como esse “o comunicante deve acionar o SAMU 192 que irá proceder com o devido atendimento do paciente”. Também foi informado que “caso seja necessário, há suporte do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, se houver riscos a terceiros”.

Depois disso, o paciente é encaminhado para uma unidade de urgência ou para o CAPS, de acordo com a disponibilidade de vagas. Para o caso específico, a coordenação da Rede de Atenção Psicossocial informou à Sesau que “deverá ser programado um trabalho de busca ativa e as equipes do CAPS da região deverão ir até a residência da paciente para fazer o seu acolhimento e propor tratamento”.

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