Mesmo sem B.O, mulheres agredidas têm acesso à psicóloga, mas fila é de 4 meses
São oferecidas 12 sessões gratuitas, uma vez por semana, que chega a 3 meses de apoio
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Tudo começa com promessas, juras de amor, um carisma e atenção inigualáveis. Não demora muito para te envolver e, em poucos, meses você está em uma prisão que não tem nem fiança. Um verdadeiro lobo em pele de cordeiro, parece inofensivo, mas, na verdade, é perigoso.
RESUMO
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A Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, oferece atendimento psicológico gratuito para vítimas de violência doméstica, mesmo sem registro de Boletim de Ocorrência. O serviço ganhou destaque após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, morta pelo ex-noivo com três facadas no coração no mesmo dia em que buscaria medida protetiva. O caso é o segundo feminicídio do ano em MS. Após triagem com assistente social e psicóloga, as mulheres são encaminhadas ao Ceamca, onde recebem 12 sessões gratuitas. Em 2024, até 6 de fevereiro, foram registrados 745 casos de violência doméstica na capital e 1.926 em todo o estado. A Casa da Mulher atende cerca de 30 mulheres por dia.
Quem vê de fora não imagina, mas quem vive na pele sobrevive um dia após o outro sem saber que a morte já pode estar sentenciada.
Violência doméstica, psicológica e patrimonial só são descobertas depois que busca ajuda, mas o outro passo é conseguir se libertar. É um processo que não deve ser julgado e, sim, dito: “estou aqui para te ajudar”.
A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, morreu na noite de quarta-feira (12) na Santa Casa de Campo Grande. Ela foi vítima de feminicídio, assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento, com três facadas na altura do coração. Esse é o segundo caso de feminicídio de Mato Grosso do Sul.
A morte ocorreu após ela fazer o boletim de ocorrência e solicitar medida protetiva, mas não deu tempo.
Muitas mulheres em relacionamentos abusivos têm dificuldade para buscar ajuda, seja por medo, dependência emocional ou financeira.
Poucas sabem, mas o Ceamca (Centro Especializado de Atendimento à Mulher, à Criança e ao Adolescente em Situação de Violência), vinculado à SEC (Secretaria Estadual da Cidadania), ajuda com tratamento psicológico, mulheres vítimas de violência. O local fica na Rua Piratininga, n° 559, Jardim dos Estados.
No entanto, a demanda por esse tipo de ajuda é tão alta que a espera chega a, pelo menos, quatro meses.
O centro tem profissionais de várias áreas, como psicologia, assistência social e pedagogia, com formação especializada em lidar com o tema.
O primeiro atendimento por lá é feito pela assistente social que verifica a necessidade do acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Se identificado, é oferecido 12 sessões gratuitas, uma vez por semana, que chega a três meses de apoio.
O assunto se limita somente ao ciclo de violência vivido com o parceiro, com o objetivo de esclarecer para essa mulher sobre o ambiente que ela está vivendo, trazendo de volta o amor próprio e a coragem para pôr um fim.
O mesmo pode ser estendido às crianças e aos adolescentes que estiverem inseridos no contexto familiar.
A Casa da Mulher Brasileira, na Rua Brasília, no Bairro Jardim Imá, em Campo Grande, também pode encaminhar para tratamento psicológico gratuito, sem precisar registrar boletim de ocorrência.
Antes de tudo, enquanto está em atendimento com a assistente social e a psicóloga dentro da casa, é identificado o tipo de violência sofrido.
O direito de registrar ou não B.O fica ao critério da vítima, mas é importante informar que necessita de um apoio psicológico.
Dados - Conforme dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), de janeiro até o dia 6 de fevereiro deste ano, foram 745 registros relacionados à violência doméstica, em Campo Grande. No Estado inteiro esse tipo de crime totaliza 1.926 casos.
Em um plantão de 24 horas, pelo menos 30 mulheres chegam na Casa da Mulher Brasileira.
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