Ministério da Saúde alerta para cuidados contra dengue no carnaval
O Ministério da Saúde divulgou um alerta com recomendações contra possíveis criadouros do mosquito Aedes aegpyti – que transmite dengue, zika vírus e febre chikungunya – para pessoas que forem viajar durante o período de carnaval. A preocupação é de que o ciclo de reprodução do vetor – do ovo até a forma adulta – leva apenas em média uma semana.
O principal pedido é para que os viajantes façam uma vistoria para eliminar os recipientes que possam acumular água parada e servir como criadouro do mosquito antes de saírem de suas casas.
O ciclo de reprodução do mosquito pode levar de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo em uma viagem curta, é preciso estar atento. “Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, após uma chuva, podem facilmente se tornar um foco do mosquito e afetar toda a vizinhança. É importante verificar se a caixa d’água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras pequenas ações que podem evitar o nascimento do mosquito”, diz a recomendação.
Os ovos do mosquito podem ficar aderidos às laterais internas e externas dos recipientes por até um ano sem água. Se durante este período os ovos entrarem em contato com água, o ciclo evolutivo recomeça e, consequentemente a transmissão. Por isso, é necessário lavar os recipientes com água e sabão, utilizando uma bucha.
É importante ficar atento também com a área externa de casa e condomínios, além das piscinas durante esse período, que devem ser mantidas cobertas e com a manutenção periódica. Outras recomendações do Ministério da Saúde incluem a limpeza de ralos e canaletas externas, as lonas usadas para cobrir objetos devem ficar bem esticadas – para evitar formação de poças d’água.
Gestantes – Outra recomendação do Ministério da Saúde é de que durante o período do Carnaval as mulheres grávidas devem manter os cuidados de proteção contra o Aedes, como usar repelentes indicados para a gestação, proteger-se da exposição de mosquitos, manter portas e janelas fechadas ou teladas, e, sempre que possível, usar calça e camisa de manga comprida.
No período da gravidez, essa atenção deve ser redobrada. O Ministério da Saúde está investigando o nascimento de bebês com microcefalia relacionada ao zika vírus. Por isso, a recomendação é que as gestantes façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação.
Números – Em Mato Grosso do Sul o boletim epidemiológico, divulgado quarta-feira (3), apontou 12.219 casos suspeitos de dengue nas quatro primeiras semanas do ano.
O número representa 3.950 novos casos suspeitos em relação ao levantamento anterior, divulgado semana passada. O total é 47,7% maior em relação ao boletim anterior. Também já supera os dados de 2014, quando foram computados 9.256 casos ao longo do ano.
Já entre os dias 24 e 30 de janeiro, foram registradas 1.804 notificações, contra 2.133 das computadas entre os dias 17 e 23 deste mês, o que representa uma queda de 15,4% de casos suspeitos em uma semana.
O município de Dois Irmãos do Buriti lidera o ranking de cidades com maior índice de incidência do Aedes aegypti, com 172 notificações, seguido de Deodápolis, com 175. Em terceiro lugar vem Caracol, com 74 casos suspeitos.
A Capital permanece em 17º lugar, com 5.464 notificações. As confirmações de óbitos devido a dengue continuam sendo as mesmas do último boletim, com dois casos.
Na Capital foram duas confirmações, uma criança de 8 anos, que morreu no dia 12 de janeiro na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida ao dar entrada com dengue clássica e depois sofrer uma parada cardíaca e a adolescente Karolina Ribeiro Soares Rodrigues, 16, que morreu um dia depois no Hospital Regional Rosa Pedrossian. Em todo o Estado foram registrados 17 óbitos no ano passado por causa da doença.
Chikungunya – Quanto a febre Chikungunya um novo boletim também foi divulgado nesta quarta-feira e revela que as notificações de casos suspeitos se mantém em 16, sendo dez em Aquidauana, dois em Bodoquena, dois em Corumbá e Dourados e Miranda com um caso cada. Ao todo, 11 casos aguardam confirmação. Em 2015, foram 184 notificações, com oito confirmações. Ainda há 41 casos suspeitos de chikungunya referentes ao ano passado aguardando resultado.