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Capital

Ministério define 12 cidades de MS para testar armadilhas contra dengue

Projeto utiliza vaso de planta "fake" para atrair e estimular o mosquito fêmea a depositar os ovos no local

Natália Olliver | 11/05/2023 15:41
Recipiente que imita vaso de flor é usado para atrair mosquito fêmea (Foto: Reprodução)
Recipiente que imita vaso de flor é usado para atrair mosquito fêmea (Foto: Reprodução)

Em Mato Grosso do Sul, 12 municípios foram selecionados para participar do projeto-piloto do Ministério da Saúde, que usa armadilhas ovitrampas para monitorar a infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chichikungunya.

A técnica simula vasos de planta para atrair os insetos. A ideia é fazer com que os mosquitos fêmeas depositem os ovos no pote e torne a análise das equipes de saúde mais eficiente.

Os municípios escolhidos foram Três Lagoas, São Gabriel do Oeste, Naviraí, Aral Moreira, Amambai, Deodápolis, Maracaju, Caarapó, Ponta Porã, Aquidauana, Coxim e Laguna  e Carapã. O método não é novidade, mas a abrangência sim.

De acordo com o Ministério, o objetivo é que as cidades consigam executar ações para eliminar todas as possibilidades de proliferação vetorial nas áreas trabalhadas. O estudo denominado “Projeto de Vigilância Entomológica com Armadilhas de Oviposição (Ovitrampas)” também disponibiliza um sistema on-line para inserção dos dados das capturas, o que possibilita a criação de mapas de calor e híbrido, que apontam a situação epidemiológica dos municípios.

O estado foi selecionado por estar entre as regiões com maior incidência de dengue e maior número de óbitos no País. Nesta terça-feira (10), Mato Grosso do Sul registrou mais três mortes pela doença, nos municípios de Juti, Mundo Novo e Dourados, ao todo, são 22 óbitos no Estado. Os dados são do último boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Análise feita pelos agentes de sáude após coleta de potes (Foto: Reprodução)
Análise feita pelos agentes de sáude após coleta de potes (Foto: Reprodução)

Prática - Na semana passada, a equipe da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), do município de Três Lagoas, participou de uma capacitação na cidade de Ponta Porã, juntamente com os profissionais de saúde das 11 cidades selecionadas, para a apresentação e treinamento da implantação da nova ferramenta.

A prefeitura irá instalar as ovitrampas em todos os bairros da cidade, a cada 300 metros, o equipamento permanecerá por sete dias em cada local e será enviado posteriormente ao laboratório de Entomologia para contagem dos ovos.

Técnica - O método ovitrampas utiliza um recipiente plástico preto, parecido com um vaso de flor, preenchido com água, onde é diluída uma substância que atrai a fêmea do mosquito, para realizar a postura de ovos.

Nesse vaso, é inserida uma palheta de madeira que facilita o depósito deles no pote. Ao fazer a postura dos ovos na palheta, os agentes de saúde as recolhem periodicamente e leva a amostra para o laboratório.

Georgia Medeiros, coordenadora da Entomologia da SMS, explica que Três Lagoas já realizava um trabalho semelhante.

“Atualmente, nós temos 26 bueiros monitorados com as armadilhas em Três Lagoas e, após o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), são escolhidas as áreas que deram negativo para implantação, entretanto, com o projeto, vamos conseguir monitorar a cidade inteira e ter melhores resultados”, informou a coordenadora.

Dengue - De acordo com a última cartilha, que retrata o cenário epidemiológico no país, feita pelo Ministério da Saúde, a região Centro-Oeste está na lista de “Maior incidência e maior número de óbitos". Em Mato Grosso do Sul, são 500 casos por 100 mil habitantes. Os dados são do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).

No Estado, são 39.471 casos em análise, 21.161 casos confirmados e 16 óbitos em investigação, o que indica que o número de mortes pelo vírus pode ser superior ao número confirmado.

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