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Capital

Ministério Público fará audiência para ouvir catadores retirados de lixão

Chloé Pinheiro e Samuel Isidoro | 06/09/2016 12:33
Procurador Paulo Douglas de Moraes negocia com catadores. (Foto: Alcides Neto)
Procurador Paulo Douglas de Moraes negocia com catadores. (Foto: Alcides Neto)

O MPT-MS (Ministério Público do Trabalho do Mato Grosso do Sul) realizará audiência na próxima quinta-feira (8), às 14h, para ouvir as denúncias dos catadores do lixão do Dom Antonio Barbosa II sobre más condições de trabalho, desperdício de material reaproveitável e demissões arbitrárias.

O acordo foi feito após breve negociação entre o grupo que paralisava a BR-262, na altura do Anel Viário, em Campo Grande, desde a manhã desta terça (6) e o procurador do MPT-MS, Paulo Douglas de Moraes. Logo ao chegar, Moraes foi cercado pelos trabalhadores, que reclamavam de falta de atendimento por parte do Ministério.

O grupo cobra respostas depois de meses de descaso. Impedidos de trabalhar desde fevereiro, quando o aterro sanitário foi fechado, os catadores receberam promessas de que seriam contratados pela Solurb para trabalhar em outros departamentos e na UTR (Usina de Triagem de Resíduos) construída ao lado do lixão.

Segundo os líderes da manifestação, diversos catadores se cadastraram para trabalhar na UTR e não foram chamados. Além disso, os que foram convocados denunciam que na Usina não há lixo aproveitável e chegam a encontrar até cadáveres de animais na instalação, que deveria reunir os materiais reaproveitáveis. 

O que os catadores demandam é a reabertura da zona de transição do aterro. "Vamos focar nessa questão, chamar especialistas do meio ambiente para avaliar a segurança e controlar a quantidade de lixo útil que entra no aterro", prometeu Moraes. O grupo afirma que cerca de 300 toneladas de material que poderia virar renda para eles acaba enterrado todos os dias no aterro. 

O procurador, que em junho tinha dado o número de 256 contratados pela Solurb, também falou com os trabalhadores sobre demissões recentemente realizadas pela empresa. "Foram 26 desligamentos recentes e 11 deles por justa causa, o que é um número expressivo, mas segundo a Solurb não há demissão em massa", afirma Moraes. 

Há menos de uma semana, no último dia 30, a empresa assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPT que proíbe novas demissões, com exceção dos casos de justa causa. 

"Ele age como defensor da Solurb e está aqui para maquiar a situação, vamos ver se na quinta-feira vai resolver", desabafou João Alves, 39, há seis meses desempregado por conta do fechamento do acesso ao aterro. Além dele, outras 300 pessoas estariam na mesma situação. 

 

 

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