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Capital

Ministro vai cobrar ressarcimento de dinheiro desviado do SUS

Aline dos Santos | 07/05/2013 12:40
Segundo ministro, radioterapia será ampliada no HU e HR. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo ministro, radioterapia será ampliada no HU e HR. (Foto: Marcos Ermínio)

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, aguarda conclusão da investigação da PF (Polícia Federal) e da força-tarefa criada hoje para pedir ressarcimento de dinheiro público desviado. “Vamos apurar o volume e pedir ressarcimento”, afirmou nesta terça-feira. O ministro veio a Campo Grande após o Fantástico exibir as denúncias contra o Hospital do Câncer e o HU (Hospital Universitário), que já foram divulgadas em 18 de março, data da operação Sangue Frio.

O ministro chegou ontem à capital e hoje, no Hospital do Câncer, visitou o setor de radioterapia e concedeu uma rápida entrevista coletiva antes de retornar a Brasília. Questionado sobre por que o ministério não tomou medidas antes, pois o setor de radioterapia do HU fechou há cinco anos, o ministro preferiu responder sobre as medidas futuras. “Em primeiro lugar, foi reaberta. E vamos ver o que precisa ser feito para expandir”, disse o ministro.

De acordo com Padilha, o HU e o HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian vão receber aceleradores lineares, que são utilizados na radioterapia. O plano de expansão também inclui Corumbá, Dourados e Três Lagoas. Para o ministro, os equipamentos podem ser destinados tanto a hospitais públicos quanto às entidades filantrópicas.

A origem - O HU entrou na mira do MPF (Ministério Público Federal) depois de recursar equipamentos do governo federal para o setor de radioterapia. O plano previa investimento de R$ 505 milhões em 80 hospitais, cinco deles em Mato Grosso do Sul.

A investigação que culminou na operação Sangue Frio começou em março do ano passado para entender por que os serviços de radioterapia oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) eram fornecidos apenas pelo setor privado.
Auditoria realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União) em 2012 verificou prejuízo de R$ 973 mil aos cofres públicos.

A análise trouxe à tona uma série de irregularidade: direcionamento de licitação, montagem de processos licitatórios, subcontratação de serviços para empresas ligadas a dirigentes do hospital, superfaturamento e emissão de empenho anterior à adesão em ata de registro de preços.

Os policiais federais também cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do médico Adalberto Abrão Siufi, então diretor-geral do Hospital do Câncer e ex-diretor do setor de oncologia do HU. Ele chegou a ser preso por porte ilegal de arma. Mas foi liberado após pagar fiança de R$ 30 mil.

Siufi deixou o comando do hospital após as denúncias. O MPE (Ministério Público Estadual) denunciou que o então diretor contratou sua própria empresa, a Neorad, para prestar serviço ao hospital, prática que é proibida.

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