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Capital

Moradores bloqueiam anel viário e provocam congestionamento de 6 km

Protesto conta com cerca de 550 pessoas cobrando a presença de representantes da prefeitura e também da Energisa

Gabriel Neris e Clayton Neves | 11/07/2019 14:42
PRF negocia a liberação da rodovia. (Foto: Clayton Neves)
PRF negocia a liberação da rodovia. (Foto: Clayton Neves)

Moradores do Jardim Centro-Oeste, atingidos pelo corte de energia elétrica clandestina, fecharam todas a saída do anel viário, em protesto, provocando cerca de 6 quilômetros de congestionamento. Apenas ambulâncias estão autorizadas a passar.

São cerca de 550 manifestantes que foram à rodovia após a ofensiva contra os “gatos” em terrenos da construtora Homex, na região sul de Campo Grande. Os moradores cantam gritos de guerra e utilizam faixas, cones, pneus e pedaços de madeira para a barricada.

Valdeir Machado Dias, de 39 anos, representante dos moradores, diz que o protesto não terminará enquanto aparecer algum representante da Energisa ou da prefeitura. Wilson Vaques, também morador da comunidade, afirma que existem idosos e doentes e que ninguém se nega a pagar taxa.

Equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão no local e tentam negociar com os manifestantes. Um deles tentou convencer os moradores a liberaram o trânsito por 30 minutos e bloquear a cada 10 minutos, mas não houve acordo.

Os caminhoneiros que estão parados também reclamam e dizem que precisam passar com a carga. Também defendem que dependem do acesso para entregar o serviço no horário. Houve princípio de confusão, mas alguns foram contidos.

Patrícia Luz, de 32 anos, diz que mora na comunidade com os filhos, de 6 e 15 anos, e com o enteado, de 17 anos. Já são dois anos e meio na ocupação. Ela diz que a concessionária responsável teria respondido que só “regulariza [a energia] com ordem judicial”.

Sirley Luz, de 48 anos, comentou que os moradores pedem energia e moradia. “Estamos dispostos a pagar. Só queremos que a Energisa vá lá e legalize”, disse ela, que mora há três no local. A mulher conta que mora em um barraco com o pai, de 75 anos, cadeirante, e com os filhos de 2 e 9 anos. Diz que ficou surpresa com a equipe da Energisa chegou ao local e deixou as famílias desassistidas.

Antonio Pasqueto, de 66 anos, comentou que mora sozinho e fez as adequações necessárias para ligação de energia e que os residentes teriam proposto a cobrança de uma taxa mensal dos moradores para sair da clandestinidade. “Nós não queríamos fazer esse tipo de coisa e prejudicar os caminhoneiros. Mas queremos um acordo e essa é a única maneira de chamar a atenção das autoridades”, reclamou.

De acordo com a PRF, um representante da prefeitura e outro da Defensoria Pública devem ir ao local negociar com os manifestantes.

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