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Capital

Moradores de condomínio onde criança morreu afogada temem nova tragédia

Queda de cercamento de sumidouro onde fato ocorreu causa preocupação há meses

Cassia Modena | 11/04/2023 08:49
Pilares de concreto da lateral caíram e estão suspensos pela cerca de arame (Foto: Direito das Ruas)
Pilares de concreto da lateral caíram e estão suspensos pela cerca de arame (Foto: Direito das Ruas)

Quase 12 meses depois de menino de 3 anos morrer afogado no sumidouro do condomínio popular CH8, localizado no Jardim Aero Rancho, em Campo Grande, persiste o risco da tragédia se repetir. É o que denuncia moradora do residencial que cobra a manutenção da cerca que isola o local.

O sumidouro serve para a contenção da água utilizada no CH8 e fica dentro do condomínio, inclusive, a cerca de 40 metros de distância do parquinho infantil onde a vítima do afogamento estava horas antes de ser encontrada morta.

"Estamos com muitos problemas aqui e um deles é a cerca da contenção onde a criança morreu afogada. Os pilares caíram há três meses e a síndica se recusa a mandar arrumar, mesmo nós, moradores, pedindo há muito tempo", relatou a moradora ao Campo Grande News, pedindo para não ser identificada.

Ainda segundo o relato, um grupo de crianças entrou no local no mês passado. "Perigoso cair e ter afogamento de novo. Essa negligência pode causar outra tragédia aqui", alerta.

O que diz a síndica - A atual síndica do condomínio, Cristiane Ajala, foi eleita ao cargo depois que a morte da criança aconteceu. Ela negou à reportagem que tenha se recusado a providenciar o conserto, entretanto, confirmou que a situação financeira do condomínio impossibilitou a contratação do serviço e causou impasse com os moradores.

As fortes chuvas e ventanias que atingiram o bairro causaram a queda dos pilares, segundo Cristiane. Ela chegou a consultar a administradora do condomínio sobre o custeio do reparo em janeiro deste ano. "Mas informaram que o condomínio deveria assumir o serviço e os custos", disse.

Por entender as dificuldades financeiras que o CH8 vive, um funcionário da administradora se ofereceu para reparar pessoalmente o problema, sem cobrar nada. "Ele disse que poderia porque tem conhecimento na área e gostaria de ajudar, mas ainda não conseguiu vir", afirmou Cristiane.

A síndica também esclareceu que ficou constatado que a criança adentrou a área isolada por um portão de acesso que, no dia do ocorrido, estava sem cadeado. "Esse portão agora está sempre cadeado", pontuou.

Em novo contato com o Campo Grande News, pouco antes da publicação desta matéria, a síndica assegurou que o conserto será feito nesta quarta-feira (12).

O afogamento - José Felipe Ferreira da Silva, de 3 anos, ficou desaparecido desde o fim da tarde do dia 15 de abril de 2022 até ser encontrado morto no sumidouro na manhã do dia seguinte.

O Corpo de Bombeiros encontrou o corpo submerso na água do sumidouro, que tem 1,5 metro de profundidade. José teria ido em busca de uma pipa, que também estava na bacia de contenção.

A mãe do menino havia o deixado no parquinho enquanto entrou em casa para dar banho em outro filho, de 8 anos na época, que tem microcefalia e precisa de cuidados especiais. Quando foi buscar José para que ele tomasse banho também, não o encontrou.

Direto das Ruas - A denúncia chegou pelo Direto das Ruas, o canal de interação dos leitores com o Campo Grande News. Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563.

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