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Capital

Moradores de favela lutam para reconstruir o que restou em barracos após chuvas

Tanto no Noroeste quanto no Santa Emília, famílias tiveram prejuízos com a água da chuva

Renata Volpe, Mariely Barros e Ana Beatriz Rodrigues | 05/01/2023 11:36
Rua Acurí, no Jardim Noroeste, um dia após chuva. (Foto: Mariely Barros)
Rua Acurí, no Jardim Noroeste, um dia após chuva. (Foto: Mariely Barros)

Um dia após as fortes chuvas que caíram na última quarta-feira (4) em Campo Grande, moradores das favelas do Santa Emília e Noroeste contam com ajuda de parentes e amigos para tentar salvar o que a água não levou ou estragou.

Geladeiras, fogões, camas, sofás, são alguns dos móveis e eletrodomésticos estragados pela água da chuva.

Na Rua Acuri, no Jardim Noroeste, a dona de casa Elisa Freitas, de 53 anos, mora há cinco anos no local e algo assim nunca tinha acontecido.

Com as chuvas de ontem, ela e a família, o esposo e o filho, foram pegos de surpresa com a enxurrada. “Meu marido me acordou por volta das 9h dizendo que o barraco estava sendo invadido pela água. Molhou tudo, menos o quarto. Molhou a caixa de som do meu cunhado e a água levou um gatinho recém-nascido”.

Elisa relata ainda que não sabia se acudia os animais de estimação ou se tentava desviar a água. “Saí na chuva para tentar fazer o desvio, mas mesmo assim a água inundou a cozinha”.

Nesta manhã, Elisa limpava a cozinha. Ela disse que, no fim do ano passado, uma patrola da prefeitura fez um serviço na rua e baixou o nível. A dona de casa ainda se diz preocupada com um açude de três metros construído aos fundos do barraco. “Tenho medo de transbordar ou ceder e derrubar barracos”.

Elisa pede ajuda e doação de lona e coisas de cozinha. “Molhou fogão e geladeira”.

Quem puder ajudar, o telefone de Elisa é o 67- 99884-2970.

Elisa trabalha para limpar a casa invadida pela água. (Foto: Mariely Barros)
Elisa trabalha para limpar a casa invadida pela água. (Foto: Mariely Barros)

Tirando barro - Morador da mesma rua que Elisa, o estudante Israel Lopes, de 22 anos, mora com a esposa e o filho de 4 anos. Ele ficou assustado com a situação de ontem. “Encheu tudo de barro, agora estamos lavando as roupas e tirando o barro de dentro do barraco”.

Na casa improvisada onde o estudante mora, ele e os parentes estão recolocando as madeiras destruídas pela forte chuva e refazendo a fossa. "Também encheu de barro. Perdi o sofá e o fogão que molhou”.

Israel faz apelo e pede para prefeitura fazer patrolamento correto na rua para a água descer para outro lado e não para os barracos.

Santa Emília - Já os moradores do Santa Emília também correm atrás do prejuízo na manhã de hoje, depois de virem a água chegando ao joelho.

É o caso de Mônica da Silva, 48, servente de pedreiro. “Toda vez que chove forte é esse sufoco, veio uma enxurrada de água com barro de uma vez”.

Mônica mora no local desde março do ano passado e foi a primeira vez que isso aconteceu. “Das outras vezes é estrago comum de barro".

Ela ainda relata que a chuva foi tão forte que a água ficou no joelho. “Minhas roupas molharam tudo, sofá, cama, coberta, tudo que a senhora pensar, agora é correr atrás pra deixar tudo seco pra hoje e torcer para não chover mais".

Já o prestador de serviços, Evaldo Pereira da Silva, de 45 anos, conta que estragou toda a parte do teto do barraco. “As telhas que eu coloquei pra segurar a lona foi tudo pro chão, fiz o reparo com o que a vizinha me cedeu".

Dentro da casa dele, molhou quase tudo. “Na hora a gente ficou meio sem saber o que fazer, mas pensa pelo lado bom, poderia ter sido pior".

Mônica e Evaldo lutam para reconstruir o que chuva levou. (Foto: Marcos Maluf)
Mônica e Evaldo lutam para reconstruir o que chuva levou. (Foto: Marcos Maluf)

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