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Capital

Motorista que atropelou gari se apresenta à polícia e nega ter bebido

Vítima teve fraturas na perna esquerda, que precisou ser amputada, após acidente de trânsito no Carandá Bosque

Guilherme Correia e Viviane Oliveira | 29/04/2022 12:20
Motorista, de camiseta rosa, saindo da delegacia, nesta manhã, acompanhado do advogado. (Foto: Viviane Oliveira)
Motorista, de camiseta rosa, saindo da delegacia, nesta manhã, acompanhado do advogado. (Foto: Viviane Oliveira)

Mario Barbosa Neto, de 29 anos, se apresentou na 3ª Delegacia de Polícia Civil, em Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (29), após ter atropelado um gari, há mais de um mês, que ficou sem a perna. De acordo com a defesa do indiciado, ele nega que tenha ingerido álcool antes de dirigir o Volkswagen Fox que imprensou a vítima do acidente no Bairro Carandá Bosque.

“Trabalhou o dia todo na sexta-feira e à noite, saiu para se divertir pela cidade, mas nega que tenha bebido”, diz o advogado Mauro Veiga, que representa o homem. Ele prestou depoimento e foi liberado. Posteriormente, vai responder no Poder Judiciário por lesão corporal culposa gravíssima, com o agravante do álcool.

Ele não quis falar com a imprensa e saiu da unidade policial acompanhado do advogado, de máscara.

Veiga explica que o cliente, morador do Bairro Mata do Jacinto, cochilou no volante enquanto dirigia pela pista, e acabou colidindo com o veículo de coleta residual por volta das 4h, quando os profissionais realizavam o serviço nas ruas do bairro.

O motorista foi encaminhado à Santa Casa de Campo Grande, onde Veiga não sabe se foi realizado teste de etilômetro.

O advogado diz também que o cliente está arrependido de ter saído, durante a madrugada de 12 de março, e que vai buscar saber se havia sinalização adequada por parte do caminhão de lixo e na pista.

Vítima do acidente tenta se adaptar após acidente que o deixou sem uma perna. (Foto: Kísie Ainoã)
Vítima do acidente tenta se adaptar após acidente que o deixou sem uma perna. (Foto: Kísie Ainoã)

A vítima - Contratado há apenas seis meses, Felipe da Silva, de 24 anos, teve boa parte da perna esquerda amputada após o acidente na Capital. O que era para ser mais um dia comum de trabalho para o gari, acabou mudando para sempre seu destino, que usava o salário para custear a vida da filha, de um ano, além da esposa e sogra.

A vítima estava no caminhão estacionado e esperava um colega terminar de coletar resíduos na rua, quando um carro em alta velocidade, e aparentemente desgovernado, surge e o prensa entre os dois veículos. Felipe teve diversas fraturas que levaram a equipe médica a remover o membro inferior.

“A gente nunca imagina que vai acontecer. Eu só não vi a hora que o veículo veio, porque estava de costas na plataforma, mas o resto eu lembro de tudo. O impacto foi tão forte que o veículo foi um pouco para trás”, disse em entrevista concedida ao Campo Grande News, após relatar que ainda tenta se adaptar, já que não se acostumou a usar as muletas e tem problemas de equilíbrio.

Agora, ele espera a perícia do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para se aposentar por invalidez. Enquanto não realiza o exame, continua recebendo salário e os benefícios da Solurb, concessionária responsável pela limpeza urbana da Capital.

O caso - Em imagens de câmeras de segurança, obtidas pelo Campo Grande News, é possível verificar que a vítima termina de retirar os lixos da calçada, sobe no veículo e espera um colega de trabalho recolher alguns resíduos que ficaram no chão.

Após alguns segundos, o condutor que dirigia na pista lateral à esquerda invade um pedaço da faixa e atropela o homem.

O colega fica desesperado e o motorista do caminhão desce para tentar ajudar. Já o suspeito tenta fugir, mas o veículo não responde. Depois, ele senta na calçada e chora.

Conforme noticiado anteriormente, o caso demorou a ser investigado pelo Poder Judiciário estadual. Apenas o Corpo de Bombeiros e a BPMTran (Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul) registraram boletim de ocorrência, mas não tinha sido registrado na Polícia Civil.

A vítima chegou a ficar internado por 16 dias a investigação policial só foi aberta quando ele recebeu alta e procurou um advogado.

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