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Capital

Movimentos contra Dilma ignoram orientação nacional e vão para as ruas

Antonio Marques e Leonardo Rocha | 18/03/2016 13:35
Manifestantes em favor do impeachment se concentram na Avenida Afonso Pena, em frente ao MPF (Foto: Marcos Ermínio)
Manifestantes em favor do impeachment se concentram na Avenida Afonso Pena, em frente ao MPF (Foto: Marcos Ermínio)

Diferente da orientação nacional do Movimento Reaja Brasil, que divulgou nota cancelando manifestações pelo impeachment nesta sexta-feira para evitar a possibilidade de confronto com os movimentos contra o golpe e em defesa da democracia que acontecem hoje em todo o país, na Capital os organizadores de movimentos contra o governo federal estão convocando as pessoas a irem para as ruas.

Soraia Battyotti, da organização do Chega de Impostos, que participa da manifestação em frente ao MPF (Ministério Público Federal) neste início de tarde, confirmou que os movimentos estão chamando as pessoas para participar dos protestos e que não teme o confronto, “pois o movimento do PT não vai ser no Ministério Público. Vai ser em outro local”, justificou.

Segundo ela, as pessoas estão se concentrando em frente ao MPF, especialmente os comerciantes que fecharam suas lojas no centro, e vão aguardar às 14 horas para a chegada dos caminhoneiros do Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas do Estado de Mato Grosso do Sul). Em seguida vão realizar uma carreata com os caminhões e carros de passeio nas ruas da Capital.

Soroia disse ainda que a partir das 18 horas começam a chegar os carros de som e as pessoas que concluíram o expediente de trabalho. “Vamos realizar eventos aqui o dia inteiro”, garantiu.

Para o coordenador da Frente Brasil Popular MS, Mário Fonseca, as manifestações dos movimentos pelo impeachment nesta sexta-feira são uma provocação e incentivo ao confronto entre os que são contra o golpe e defende a democracia. "No dia 13 deliberamos não irmos para as ruas em respeito aos protestos deles, e marcamos para o dia 18, pois o confronto não nos interessa. Não queremos provocar. Nosso movimento é pacífico", reiterou.

A Frente organizou um ato para esta sexta-feira, a partir das 16 horas, na entrada do estacionamento da TV Morena, afiliada da Rede Globo, na Rua Santana esquina com a Avenida Eduardo Elias Zahran. Eles protestam contra a cobertura da emissora, que consideram tendenciosa contra o governo federal.

Por volta das 13 horas, já se concentrava no canteiro central da Avenida Afonso Pena cerca de 150 pessoas, conforme ela. Com bandeiras do Brasil e faixas, os manifestantes estavam convidando os motoristas que trafegam na avenida para aderirem ao movimento contra o governo federal e a favor do impeachment.

A empresária Luciane Costadele, que ajuda na organização e logística dos movimentos, ressaltou que além do impeachment da Dilma, quer uma discussão mais ampla, com todos os partidos para realização da Reforma Politica e Tributária, após a queda da presidente. “A sociedade precisa debater essas questões. Antes ficávamos todos sentados no sofá assistindo e agora vamos para as ruas para participar de todo o processo”, comentou.

No local também estão chegando funcionários que foram dispensados das empresas nesta tarde para participarem dos protestos. O gerente da fábrica de sorvetes Jeito Frio, Robson Ribeiro, ressaltou a importância dos trabalhadores estarem nos eventos, “porque todos querem que o País mude. Não aguenta mais serem tratados como idiotas e com nariz de palhaço”, declarou. Cerca de 15 funcionários da empresa participavam do protesto.

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