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Capital

“Muita crueldade e maldade”, diz delegada sobre irmão que matou mulher

Na noite de ontem duas mulheres foram mortas. Os dois suspeitos foram presos em flagrante

Por Viviane Oliveira e Idaicy Solano | 23/03/2024 10:35
Delegada Rafaela Lobato falando sobre os dois feminicídios que foram registrados na noite de ontem em Campo Grande (Foto: Osmar Daniel) 
Delegada Rafaela Lobato falando sobre os dois feminicídios que foram registrados na noite de ontem em Campo Grande (Foto: Osmar Daniel)

João Bosco Campos Widal, de 36 anos, que matou a irmã, Renata Andrade de Campos Widal, de 39 anos, a pedradas e quase degolada com serrote, no Jardim Centenário, na noite de ontem (22), tentou justificar o assassinado com questões psicológicas. “Crime de muita crueldade e maldade", disse a delegada Rafaela Lobato em coletiva de imprensa realizada na manhã deste sábado (23), na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Na noite de ontem, foram registrados dois feminicídios. O segundo caso foi no Bairro Nova Campo Grande, na Rua 34. Dayane Xavier da Silva, de 29 anos, foi esfaqueada, chegou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu horas depois na Santa Casa.

Sobre os feminicídios, a delegada destaca que apesar de serem crimes da mesma natureza, são dois casos de trajetórias diferentes. O primeiro se trata de briga familiar. O segundo, o clássico caso de briga de marido e mulher, registro mais comum feito na delegacia. Os assassinatos ocorreram em intervalo de cerca de três horas. Os dois suspeitos foram presos em flagrante.

Pedra e serrote uitlizados pelo irmão para matar vítima (Foto: Direto das Ruas)
Pedra e serrote uitlizados pelo irmão para matar vítima (Foto: Direto das Ruas)

Briga de família - No primeiro caso, segundo a delegada, inicialmente o autor negou o crime, informando que quatro homens armados entraram na residência e mataram sua irmã.  Calmo e sem demonstrar reação, o homem chegou a detalhar a fisionomia dos supostos agressores. “A história não batia com os relatos das testemunhas”, disse.

Ao ser confrontado, o irmão tentou dar várias justificativas, mas acabou confessando. A mãe dos irmãos não estava em casa no momento do crime. Ela chegou e encontrou Renata morta com o rosto desfigurado e com o pescoço quase degolado. João Bosco, que confessou o crime, não tinha passagem pela polícia.

Segundo depoimento dela, o filho possui histórico de uso de drogas no passado e nos últimos dias estava muito agressivo. “O autor confessou que matou, estava ansioso, nervoso e apresentou várias justificativas para o crime”, disse Rafaela. O irmão estima que tenha dado cerca de 20 pedradas em Renata, principalmente no rosto.

Ontem, vizinhos relataram ao Campo Grande News que João Bosco fazia uso de remédios controlados para esquizofrenia. A delegada disse que ele não tem laudo que comprove a doença.

Renata e Dayane foram mortas em intervalo de cerca de 3 horas, na Capital (Foto/Montagem)
Renata e Dayane foram mortas em intervalo de cerca de 3 horas, na Capital (Foto/Montagem)

Nova Campo Grande - No segundo caso, o suspeito Thiago Echeverria Ribeiro, de 28 anos, chegou a fugir, mas também foi preso em flagrante, nas proximidades de onde o crime aconteceu. Na delegacia, se reservou ao direito de falar somente em juízo. Dayane foi esfaqueada na região da virilha, próximo da coxa. Ela foi socorrida para a Santa Casa, mas não resistiu.

Conforme testemunhas, a mulher e o marido discutiram enquanto consumiam bebida alcoólica numa conveniência, por volta das 20h. Segundo Elisângela Ribeiro do Carmo, de 37 anos, comadre da vítima, que presenciou os fatos, os dois voltaram para a casa dela, onde estavam hospedados havia cerca de 2 meses, e continuaram a briga.

Em determinado momento, o suspeito pegou na virilha da vítima. Ela não gostou e desferiu um tapa no rosto dele. Nervoso, Thiago foi para a cozinha dizendo que “bater na cara dele era pedir para morrer”, pegou uma faca e atingiu Dayane na coxa. O casal tem 3 filhos de 1, 5 e 8 anos. Eles ficaram sob a guarda da irmã da vítima.

As armas utilizadas nos dois crimes foram apreendidas. Thiago tinha uma passagem pela polícia por vias de fato.

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