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Diversão

Na 1ª noite de interdição, público lotou e deu vida à Rua 14 de Julho

Fechamento noturno da rua atraiu grande público e recebeu aprovação de comerciantes e frequentadores

Por Jhefferson Gamarra e Thailla Torres | 23/08/2024 21:47
Quarteirões interditados ficaram lotados de frequentadores (Foto: Gabi Cencirarelli)
Quarteirões interditados ficaram lotados de frequentadores (Foto: Gabi Cencirarelli)

Nesta sexta-feira (23), a Prefeitura de Campo Grande iniciou o fechamento da Rua 14 de Julho, entre a Marechal Rondon e a Antônio Maria Coelho, das 19h à meia-noite, como parte de um novo projeto para apoiar a vida noturna e aumentar a segurança no local. A demanda antiga, anunciada nesta semana pela prefeita Adriane Lopes (PP), tem o objetivo de oferecer um espaço mais seguro para os frequentadores dos bares da região e também incentivar o comércio e a economia local.

O impacto da medida foi imediato. As duas quadras da Rua 14 de Julho, que estão fechadas ao tráfego de veículos, ficaram lotadas na noite de estreia. O movimento intenso foi bem recebido por diversos grupos, incluindo comerciantes diurnos e novos empreendedores.

Comerciante "do dia" resolveu abrir as portas no periodo noturno (Foto: Thailla Torres)
Comerciante "do dia" resolveu abrir as portas no periodo noturno (Foto: Thailla Torres)

Rosângela Amaro Ferreira, que possui uma loja de presentes e artesanato na Rua 14 de Julho há 25 anos, decidiu deixar as portas abertas até mais tarde do que o habitual para aproveitar o fluxo de visitantes.

"Resolvi deixar aberto para o pessoal conhecer o que também temos na vida diária. Normalmente fecho às 18h30, hoje vou ficar até às 21h30. Não é um público que vai entrar e comprar, mas eles têm entrado, conhecido, e falado que vão voltar para comprar presentes. A gente também tem feito a nossa manifestação para que eles olhem para nós durante o dia também", disse a comerciante, que elogiou a medida, mas também destacou o desafio enfrentado pelo comércio diurno na região.

Um dos primeiros a apostar na vida noturna da Rua 14 de Julho, o empresário Bruno Salabastian, proprietário do bar “Me Dá Um Copo”, viu o fechamento como uma oportunidade para desenvolver a área como um novo polo de entretenimento. Ele evita comparações com a vida noturna do Rio de Janeiro ou São Paulo e acredita na característica própria de Campo Grande.

“Eu brinco bastante que a gente vai ser a Rua 14 de Julho, não vai ser Lapa, não vai ser Augusta. A gente quer chegar no mesmo nível de outros centros de vida noturna que surgiram após a pandemia, um lugar onde as pessoas procuraram estar, para se divertir, para ficar confortável e comer algo legal. Eu acho que na Rua 14 de Julho isso pode acontecer”, disse o empresário.

Frequentadores puderam ouvir música ao vivo, direto das calçadas (Foto: Thaila Torres)
Frequentadores puderam ouvir música ao vivo, direto das calçadas (Foto: Thaila Torres)

O empresário considera o fechamento das ruas essencial para garantir a segurança do público, mas ressalta a necessidade de medidas adicionais. “Estamos solicitando à prefeitura e aos órgãos públicos mais apoio em termos de segurança, tanto para as pessoas quanto para o próprio bar, além de melhorias nas ruas ao redor, como a instalação de banheiros e a organização do local. Acredito que, com a colaboração da prefeitura e a implementação dessas medidas, a situação vai melhorar cada vez mais”, observa Salabastian.

Matheus Batista de Lima, 38 anos, churrasqueiro e gerente de loja, aproveitou o fechamento da rua para fazer uma renda extra. “Resolvemos empreender aqui na 14. Esse novo modelo está bem bacana. Eu acho seguro e mais eficiente para a galera que vem curtir. Porque a noite, apesar do pouco movimento de carros, é perigoso. Assim ficou bem bacana. Você consegue ver até crianças circulando, então está bem legal”, disse.

Galera reunida em bar em uma das quadras interditadas (Foto: Thaila Torres)
Galera reunida em bar em uma das quadras interditadas (Foto: Thaila Torres)

A cantora Rebeca Rodrigues, 25 anos, também se mostrou entusiasmada com a transformação da área, reforçando que a medida é um sonho antigo dos artistas e proprietários de bares noturnos em Campo Grande.

“É um sonho realizado, na verdade. Faz um tempo que alguns músicos, amigos meus, sonhavam com essa movimentação aqui na 14. A gente tinha um projeto Folk na Rua, que era todo sábado, e tocava ali em cima na 14. E ver esse movimento, ver a galera resistindo, os bares da cidade resistindo e trazendo esse lado cultural, com a música ao vivo, com os DJs, a arte em si, é muito bom, é gratificante”, comemorou.

Embora a iniciativa da Prefeitura de Campo Grande de fechar a Rua 14 de Julho para apoiar a vida noturna seja uma medida positiva e promissora, é crucial que a população também colabore para garantir o sucesso e a paz nesse novo cenário. É essencial, por exemplo, que os frequentadores evitem comportamentos inadequados, como depredar lojas, urinar nas ruas e jogar garrafas no chão. O respeito e a consciência coletiva são fundamentais para que o ambiente se mantenha agradável e seguro para todos.

Além disso, na visão de muitos frequentadores ouvidos pelo Lado B, a prefeitura deve ir além do fechamento da rua e oferecer suporte contínuo. Na visão de muitos, é importante que se forneça segurança adequada, limpeza nas manhãs seguintes e, acima de tudo, um diálogo constante com a comunidade, especialmente empresários e donos de estabelecimentos diurnos na região. Somente assim, aparentemente, será possível adaptar e atender às demandas, garantindo um crescimento significativo da cultura local e fortalecendo o sentimento de pertencimento numa região que parece esquecida, há muito tempo.

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