Bombeiros gaúchos vão reforçar combate a incêndios no Pantanal de MS
Onze bombeiros especializados em combater incêndios florestais chegarão ao Estado neste fim de semana
O combate aos incêndios em Mato Grosso do Sul, que atravessa um dos períodos mais críticos de sua história, ganhará reforço do governo do Rio Grande do Sul. O governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) anunciou o envio de 11 bombeiros militares especializados em combate a incêndios florestais, que chegarão ao Estado neste fim de semana.
A equipe, que também trará quatro picapes e diversos equipamentos, se unirá aos esforços já em andamento para tentar conter as chamas que se alastram de forma devastadora.
O reforço foi confirmado durante uma ligação telefônica entre o governador Eduardo Riedel, e seu colega de partido, Eduardo Leite. "O Rio Grande do Sul recebeu muita ajuda no momento de calamidade e agora, na medida de nossa possibilidade, nós também enviamos ajuda para aqueles que estão precisando", afirmou Leite, em vídeo publicado nas redes sociais, referindo-se à assistência recebida em decorrência das enchentes de maio.
Segundo o secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, as equipes gaúchas permanecerão em Mato Grosso do Sul por duas semanas, com possibilidade de prorrogação, caso necessário. "Essa ação é um exemplo da integração entre os estados, semelhante ao apoio que recebemos", destacou o titular da segurança.
O envio de ajuda ocorre em meio a uma grave crise ambiental. O Pantanal sul-mato-grossense, bioma de importância global, já perdeu 1.495.475 hectares para o fogo desde o início do ano, um aumento impressionante de 114% em comparação ao mesmo período de 2020, até então considerado o pior ano de incêndios na região.
Os números, fornecidos pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ, ressaltam a gravidade da situação: enquanto em 2020 foram queimados 696 mil hectares até agosto, este ano já se contabilizam mais que o dobro.
As condições climáticas adversas, com temperaturas que chegam a 41°C, umidade relativa do ar em 10% e rajadas de vento de até 50 km/h, têm agravado a propagação do fogo.
Até o momento, a operação conta com 516 profissionais, incluindo bombeiros militares, integrantes da Força Nacional, Marinha, Exército, Força Aérea, além de agentes do IBAMA, ICMBio e brigadistas do PrevFogo, que utilizam helicópteros e 38 veículos aquáticos e terrestres no combate às chamas.