Na 3ª audiência do caso, pai de Mayara pede "punição compatível" ao réu
Pai da musicista acompanha depoimento de Luiz Alberto, na tarde desta quinta-feira (16). Ele afirmou desejar que a condenação seja compatível com o crime brutal cometido contra a filha
Luiz Alberto Bastos Barbosa, autor do feminicídio contra Mayara Amaral, presta depoimento pela primeira vez perante a 2ª Vara do Tribunal do Júri nesta quinta-feira (16). Do outro lado, o pai de Mayara, Alziro Amaral, acompanha o depoimento.
Ao Campo Grande News, Alziro afirma esperar que a condenação seja compatível com o crime brutal cometido por Luiz, que matou Mayara a golpes de martelo. O pai de Mayara explicou que vai acompanhar o depoimento para mostrar ao juiz, ao MPMS (Ministério Público Estadual) e à defesa que a família continua acompanhando o caso de perto.
"Embora nada vá trazer a vida da minha filha de volta", comentou.
No dia 9 de julho o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, que assumiu a 2ª Vara durante as férias do juiz responsável pelo caso, Aluizio Pereira dos Santos, acatou um pedido antigo da defesa e determinou que o réu fizesse exame de insanidade mental em clínica psiquiátrica.
Conforme a determinação do juiz, o médico Rodrigo Ferreira Abdo realizou o exame no dia 7 de agosto. De acordo com o advogado, o resultado ainda não foi divulgado e o cliente aguarda o documento ser anexado ao processo.
Sobre a possibilidade de o Luís ser tratado como inimputável, ou semi-imputável, o pai declarou não acreditar que o resultado será incapacidade mental. "Porque graças a deus os peritos não são insanos”, afirmou.
Defesa – Advogado de Luiz, Conrado de Souza Passos afirma que vai pedir que o réu seja julgado por homicídio simples. Conforme declarou, vai argumentar que Luiz não mantinha uma relação doméstica com Mayara, e, dessa forma, o crime não poderia ser julgado como feminicídio.
"Isso porque ele não mantinha uma relação doméstica com ela, não é misógino. A condenação por feminicídio é incompatível", declarou. Além de Luiz, Anderson Sanches Pereira, que comprou o carro de Mayara após o assassinato, também deverá prestar depoimento.
O caso – Musicista e educadora, Mayara Amaral, 27, foi morta a golpes de martelo, teve o corpo abandonado e incendiado na estrada para a cachoeira conhecida como “Inferninho”, no dia 25 de julho do ano passado.
Na delegacia, o réu contou duas versões sobre o crime. Inicialmente chegou a incriminar Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos e Anderson Sanches Pereira, que foram presos pelo crime, mas após contradições, acabou confessando que matou Mayara sozinho, durante uma discussão. Ele alegou ainda que estava sob efeito de drogas e teve um rompante de raiva.