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Capital

Na semana em que foi encontrada morta, vítima seguia marido atrás de amantes

Mensagens trocadas com confidente mostram saga da vítima em busca de provas de infidelidade

Mirian Machado e Ana Beatriz Rodrigues | 09/10/2021 11:00
Em trecho de conversa, Marcia pede ajuda para falar com marido sobre traições (Reprodução)
Em trecho de conversa, Marcia pede ajuda para falar com marido sobre traições (Reprodução)

Segundo informações apuradas pelo Campo Grande News, há três meses a dona de casa Márcia Catarina Lugo Ortiz, 57 anos, vinha seguindo o marido, o policial civil aposentado Guilherme Ortiz, de 66 anos, diante de suspeitas de que ele teria amantes. A última perseguição, ocorreu na manhã do dia em que a vítima desapareceu, na última quinta-feira (7). Ontem, ela foi encontrada morta, com um tiro na cabeça, sob ponte do Córrego Imbirussu, em Campo Grande.

Conforme uma testemunha, que não terá o nome identificado, as traições começaram há anos, quando a esposa viu uma foto do marido com a amante em um site de eventos. "Ela ainda tentava salvar o casamento. No momento em que descobriu outros casos, passou a investigar e segui-lo", conta a testemunha.

Márcia chegou a entrar em contato com uma das supostas amantes, de 18 anos e fazer fotos de locais de encontros. A intenção, segundo a testemunha, era apresentar as "provas" da infidelidade do marido e anunciar a separação à família após seu aniversário, no próximo dia 11 de outubro.

No dia do desaparecimento, Márcia passou o sexta-feira seguindo o esposo. À tarde, foi ao médico, mas voltou por volta das 17h. ÀS 18h39, uma câmera de segurança registrou Márcia a um quarteirão do local onde morava, como se estivesse voltando para casa..

O último contato que teve com a família foi as 21h40 de quinta-feira. O telefone da vítima, um Iphone, estaria sem sinal por completo e por isso a família não conseguiu rastrear

Marcia havia seguido o marido na manhã antes do desaparecimento (Arquivo pessoal)
Marcia havia seguido o marido na manhã antes do desaparecimento (Arquivo pessoal)

O marido, só teria percebido o desaparecimento por volta das 9 horas da manhã do outro dia, quando registrou o Boletim de Ocorrência. "Como um marido só percebe que a esposa não está em casa no dia seguinte?", questiona a testemunha.

Print de uma das conversas enviadas ao Campo Grande News mostra Márcia pedindo ajuda para falar com o marido. Nas mensagens, ela conta que o esposo está destruindo aos poucos a família. "Tudo que você construiu , você está jogando na mão dessas mulheres", diz um trecho da mensagem.

A pessoa que acompanhou toda a saga em busca de amantes, diz que Márcia estava emocionalmente abalada, mas não acredita que ela tenha cometido suicídio. "Sem chance. Ela era incrível, super animada, gostava muito de viver, apesar de estar desapontada com a situação, ela era muito feliz", conta.

Desaparecimento- Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo marido de Márcia às 12h de sexta-feira (8), a mulher desapareceu por volta das 19h do dia anterior. Guilherme disse que ela saiu a pé da casa da mãe em direção a sua residência, que fica a menos de uma quadra de distância, na Rua Bernardo Franco Baís, Vila Carvalho.

Uma vizinha contou que a vítima chegou a ser seguida por uma SUV preta e ao virar a esquina, por volta das 19h, subiu no veículo.

A mulher foi encontrada morta por volta das 14h40 com um tiro na têmpora e a suspeita que tenha sido jogada dentro córrego há cerca de 12 horas. Há marcas de sangue no guard-rail da pista.

Um homem que teria descido no córrego para urinar foi quem a encontrou. Equipe da PM (Polícia Militar) foi até o local e acionou a perícia. Márcia estava embaixo da ponte usando uma calça jeans e camiseta suja de barro.

Desde ontem, jornalistas do Campo Grande News tentam conversar com Guilherme, mas em todos os contatos, ele se recusou a falar.

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