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Capital

Nem placa e faixa amarela impedem uso irregular de vagas para deficientes

Problema é observado todos os dias em frente ao Instituto para Cegos Florivaldo Vargas

Por Clara Farias | 21/06/2024 10:39
Veículos estacionados irregularmente em frente ao Ismac (Foto: Clara Farias)
Veículos estacionados irregularmente em frente ao Ismac (Foto: Clara Farias)

A falta de respeito dos motoristas ao usar vagas destinadas a PCDs (Pessoas Com Deficiência) é um problema comum nas ruas da Capital. Nem a placa que expõe a exclusividade da vaga, nem a faixa amarela incomoda o motorista folgado que resolve estacionar em local proibido.

O problema acaba se agravando quando a situação é recorrente em frente ao instituto que atende pessoas com deficiência visual, o Ismac (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos Florivaldo Vargas), na Rua 25 de Dezembro. Para que os alunos consigam acessar o instituto, é preciso correr o perigo de desembarcar no meio da rua, em fila dupla, ou andar por incontáveis metros, reclamou o presidente do Ismac, José Aparecido de Souza, de 46 anos.

Na manhã desta sexta-feira (21), o Campo Grande News esteve no local e flagrou três veículos estacionados irregularmente, sem a placa que identifica que o veículo é de uma pessoa com deficiência. Também não havia fiscalização no local.

"Todos os dias chegam alunos de ônibus ou vans e não há lugar para desembarcar. O motorista precisa fazer malabarismo para conseguir descer nossos atendidos com segurança, pois a porta de desembarque fica do lado direito", comentou o presidente, mais conhecido como Cidinho Souza.

Presidente do Ismac, José Aparecido de Souza, trabalhando em sua sala (Foto: Clara Farias)
Presidente do Ismac, José Aparecido de Souza, trabalhando em sua sala (Foto: Clara Farias)

Ele conta que quando os funcionários do Ismac se deparam com os carros estacionados irregularmente, eles acionam a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Este tipo de infração é considerado gravíssimo, com possibilidade de remoção do veículo, inclusão de sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e multa de R$ 293,47.

A vice-presidente do instituto, Astrogilda Maria Jose, 62, comenta que para tentar resolver o problema, eles protocolaram um ofício na Agetran, solicitando uma área de embarque e desembarque. "Foi protocolado em abril e não tivemos retorno ainda. Quando os ônibus chegam e estacionam em fila dupla, como é que esse atendido, sendo cego, vai descer? Mesmo auxiliado. E mais grave, a Agetran passa e multa esse pessoal do interior. Porque eles estão de forma incorreta", comentou Astrogilda.

Astrogilda ainda explica que qualquer pessoa que vá até o instituto, para estacionar nas vagas exclusivas, precisam colocar o cartão de pessoa com deficiência. "Mesmo aqueles que estão acompanhando, se não colocam o cartão, estão errados. No caso desse carro, ele ainda estacionou tampando parte da nossa rampa", finalizou ela.

Astrogilda Maria Jose, 62 no corredor de entrada do Instituto (Foto: Clara Farias)
Astrogilda Maria Jose, 62 no corredor de entrada do Instituto (Foto: Clara Farias)

Em maio, a Caped (Coordenadoria de Apoio à Pessoa com Deficiência) e a Agetran promoveram a campanha "Esta vaga não é sua nem por um segundo", visando conscientizar motoristas a não ocuparem vagas preferenciais.

No cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, cadeiras de rodas ostentando frases como "Só vou ali e já volto" e "Já vou sair" ocuparam por instantes as vagas de estacionamento destinadas a idosos e cadeirantes, refletindo as desculpas comumente usadas por infratores.

Na ação, cadeiras com frases 'vou ali e já volto' ocuparam vagas preferenciais (Foto: Geniffer Valeriano)
Na ação, cadeiras com frases 'vou ali e já volto' ocuparam vagas preferenciais (Foto: Geniffer Valeriano)

A Agetran foi procurada pela reportagem e informou que vai analisar o caso e se manifestar futuramente sobre o assunto.

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