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Capital

Olarte alega inocência e vai esperar sair da cadeia para confrontar Gaeco

Waldemar Gonçalves e Christiane Reis | 17/08/2016 17:40
Olarte sinaliza na saída da sede do Gaeco, na tarde desta quarta-feira (Foto: Alcides Neto)
Olarte sinaliza na saída da sede do Gaeco, na tarde desta quarta-feira (Foto: Alcides Neto)
Advogado Jail Azambuja concede entrevista na saída do Gaeco, após depoimento de Olarte (Foto: Alcides Neto)
Advogado Jail Azambuja concede entrevista na saída do Gaeco, após depoimento de Olarte (Foto: Alcides Neto)

Sem revelar detalhes, o advogado Jail Azambuja informou, no fim da tarde desta quarta-feira (17), que seu cliente, Gilmar Olarte (PROS), respondeu a todas as perguntas feitas a ele durante depoimento de quase três horas prestado no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). O ex-vice-prefeito de Campo Grande é um dos quatro presos temporariamente em decorrência da Operação Pecúnia, que o coloca sob suspeita de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

Azambuja disse não poder revelar detalhes do depoimento por força do sigilo das investigações. Limitou-se a dizer que Olarte alega inocência e respondeu a todas as perguntas feitas.

Depois do depoimento, Olarte deixou o local por uma saída lateral, dentro de viatura do Gaeco, sem dar declarações – apenas sinalizou para os jornalistas. Foi levado de volta ao Presídio Militar.

O ex-vice-prefeito, que chegou a assumir o cargo de prefeito entre março de 2014 e agosto de 2015, está preso desde segunda-feira (15). A mulher dele, Andreia Olarte, também foi presa e está na sede do Garras.

Os demais presos são o empresário Evandro Simões Farinelli e o corretor Ivamil Rodrigues de Almeida. Os quatro teriam montado um esquema para lavar dinheiro, fazendo compras suspeitas de imóveis, movendo quantias incompatíveis com suas respectivas rendas, conforme informações já divulgadas pelo MPE (Ministério Público Estadual), a quem o Gaeco é vinculado.

No depoimento de hoje, segundo o advogado de Olarte, nenhum documento foi apresentado pela defesa. A ideia é que isto seja feito ao fim da prisão temporária – de cinco dias ou até julgamento de pedido de liberdade levado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça.

Azambuja explica que pretende apresentar ao Gaeco dados da declaração de Imposto de Renda do casal Olarte. A partir daí, as informações poderão ser cruzadas com dados da quebra do sigilo bancário deles, sendo um elemento para comprovar que não há fundamento nos indícios de ilegalidade apontados na Operação Pecúnia.

O advogado disse ver com “estranheza” a ausência de um laudo de evolução patrimonial de seus clientes nos autos do caso. Também comentou que há expectativa de que Andreia preste depoimento entre quinta e sexta-feira (18 e 19).

A Operação Pecúnia é desmembramento da Operação Adna (sigla para Assembleia de Deus Nova Aliança, igreja fundada por Olarte), que resultou em processo contra Olarte por corrupção passiva.

Dados obtidos a partir da quebra do sigilo bancário de Andreia teriam levado à suspeita de que imóveis foram adquiridos mediante pagamento de quantias elevadas, a princípio incompatíveis com os rendimentos do casal.

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