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Capital

Ossada achada em cemitério clandestino é de “Jhony Bala”, fichado desde 2009

Jhon Wellington Maciel dos Santos, de 27 anos, estava desaparecido desde o dia 5 de maio do ano passado

Anahi Zurutuza | 02/09/2021 14:15
Agentes funerários transportando restos mortais de Jhon Wellington, no dia 14 de julho. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Agentes funerários transportando restos mortais de Jhon Wellington, no dia 14 de julho. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

A segunda ossada encontrada na área de brejo, próximo ao Córrego Bálsamo, no Bairro Santo Eugênio, em Campo Grande, é de Jhon Wellington Maciel dos Santos, conhecido como “Jhony Bala”, que aos 27 anos, acumulava quatro processos e ficha extensa na polícia. O primeiro registro policial em que aparece o nome do rapaz data de 2009, quando ele ainda era adolescente.

“Jhony Bala” estava desaparecido desde o dia 5 de maio do ano passado, quando saiu de casa para comprar cigarro usando a moto do cunhado e não voltou mais. Boletim de ocorrência informou o sumiço, que foi registrado no dia 8 do mesmo mês e no dia seguinte, a motocicleta foi encontrada abandonada.

Segundo informou familiar do desaparecido à polícia, Jhon Wellington era interno do regime semiaberto, mas teve autorização para cumprir pena em casa, após passar por cirurgia no fêmur. Por isso, vivia com a mãe no Bairro José Maksoud.

Delegado Carlos Delano, responsável pelas investigações, em entrevista no dia que segunda ossada foi encontrada em cemitério. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Delegado Carlos Delano, responsável pelas investigações, em entrevista no dia que segunda ossada foi encontrada em cemitério. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Para a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), a área onde a ossada foi encontrada, era usada por facção criminosa para a desova de corpos de pessoas, possivelmente, submetidas aos chamados tribunais do crime, julgamentos que, na maioria das vezes, terminam em execuções sumárias.

Antes da localização dos restos mortais de “Jhony Bala”, identificados pela numeração de uma prótese, ossos de outra pessoa foram localizados. Deste primeiro caso, ainda não há identificação.

De acordo com o delegado Carlos Delano, responsável pelas investigações, ainda será feito “exame complementar de DNA” da ossada com identificação positiva. “As circunstâncias do homicídio continuam sob investigação”.

Ficha – Jhon Wellington respondia a quatro ações penais, três delas por roubo e uma por receptação. Na polícia, já havia sido fichado por posse irregular de arma de fogo de uso permitido, lesão corporal dolosa e tentativa de homicídio. “Jhony Bala” também já denunciou ter sido vítima de atentado, em 2016.

Cemitério – A investigação sobre a existência de cemitério clandestino em área de brejo, começou em julho deste ano. Análise preliminar feita no IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) apontou que é do sexo masculino, a primeira ossada no local. A investigação aponta ainda que a vítima foi morta com golpes do que aparentam ser pauladas ou pedradas.

Segundo Delano, em entrevista à época, um “detector de cadáver”, equipamento criado por perito de Mato Grosso do Sul, apontou o local exato onde os restos mortais estavam e também indicou a presença de outros dois pontos, um deles, onde foi localizado o cadáver de Jhon Wellington, em avançado estado decomposição, uma semana depois após a primeira descoberta. Ele aparentemente foi morto com o tiro na cabeça.

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