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Capital

Padrasto e mãe da menina Rafaela devem depor apenas no início de abril

Ricardo Campos Jr. | 21/02/2011 17:38

Quatro pessoas prestaram depoimentos na tarde de hoje

Rafaela morreu aos 3 anos. (Arquivo)
Rafaela morreu aos 3 anos. (Arquivo)

O depoimento de Renata Dutra de Oliveira e Handerson Cândido Ferreira, mãe e padrasto da menina Rafaela, deve ocorrer somente em abril de acordo com a promotora Luciana Rabello do MPE (Ministério Público Federal). Os próximos depoimentos serão entre os dias 22 e 23 de março, quando duas pessoas em São Paulo, uma delas o pai da criança.

A menina foi morta há cerca de um ano e o crime chocou a cidade. Mãe e padrasto são acusados de envolvimento no crime e na tarde desta segunda-feira quatro testemunhas depuseram em defesa de Renata.

Jeremias Silva Sampaio, primo de Renata, contou que viveu em uma casa que ficava no mesmo terreno onde Rafaela morou com a mãe e disse que a menina era “bem criada”, apesar das condições econômicas. “Embora fôssemos pobres cuidávamos bem da menina”.

A testemunha relatou que brigou com Handerson quando este foi morar na casa com Renata e a criança e saiu do local um mês antes do crime. Disse não saber se o casal era usuário de drogas e negou o que foi dito pela prima sobre comprar comida fora, contando que sempre cozinhava em casa.

O MPE mostrou várias fotos da residência onde Rafaela vivia, incluindo a geladeira vazia. Jeremias disse que sempre havia comida na geladeira e que a casa não era da forma como apareceram nas fotos.

Uma quinta testemunha, Paulo César da Silva, não compareceu à audiência e a defesa disse que pretende estudar se abriria mão dos relatos dele.

Foram ouvidos hoje a advogada Girlene dos Santos Barbosa, que já prestou serviços a Renata Dutra de Oliveira, de 24 anos, que disse ter percebido carinho na relação entre mãe e filha durante breve contato com as duas em 2008. “Vi a Rafaela apenas uma vez, mas a relação das duas parecia ser de carinho. A Renata chegou a dizer que morava na mesma casa com o pai da menina, se sacrificando por causa da filha”, contou.

Rosana Aparecida da Costa, psicóloga que atende no presídio feminino de Campo Grande, onde Renata ficou presa depois do crime antes de conseguir habeas corpus disse que a jovem tentou suicídio várias vezes ”batendo a cabeça na ela”.

Antônio Rodrigues dos Santos disse que já teve um relacionamento amoroso “rápido” com Renata, e que ela parecia “atormentada” antes do crime. Ele contou ainda que a jovem chegou a usar drogas no passado mas garantiu que ela havia largado o vício.

A testemunha disse ainda que Renata reclamava nos últimos tempos que o companheiro estava aparecendo “com coisas estranhas em casa” e suspeita de furtos. Aos ver as fotos relatou ter observado bagunça ao visitar o local, mas “não tão desorganizada”.

O advogado de Renata Edison Costa da Fonseca, ao ser questionado sobre os ferimentos na criança, disse que a cliente esclarecerá tudo quando for ouvida.

Já a defesa de Handerson, composta pelos advogados Irajá Pereira Messias e Dartagnan Zanela Messias disse que ele, apesar de ter a opção de depor em Coxim, onde atualmente mora, virá a Campo Grande para a audiência.

Na audiência de hoje, o juiz Carlos Alberto Garcete tratou o caso por diversas vezes como homicídio. De acordo com a promotora Luciana Rebello, se houver indícios de maus tratos com intenção de matar os acusados podem ser indicados por tal crime.

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