Para convencer quem não se vacinou contra a covid, apelo agora é sortear motos
Campanha em Campo Grande irá sortear 4 motos e 40 vales no valor de R$ 1 mil em compras em mercados
Não bastou o apelo das autoridades sanitárias sobre a necessidade da vacinação contra covid-19 como prevenção. Agora, campanha lançada em Campo Grande usa como chamariz o sorteio de 4 motos e 40 vales-compra no valor de R$ 1 mil para atrair quem ainda não tomou a 1ª ou a 2ª dose.
A campanha é realização da Fiems (Federação das Indústrias de MS), com apoio do MPMS (Ministério Público de MS) e da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e foi lançada esta manhã, no drive-thru do Albano Franco.
“Por que premiar os desobedientes? Porque é a única forma”, justificou o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), acrescentando que a cidade tem 77 unidades de saúde, drive-thrus em funcionamento e campanhas itinerantes e, inexplicavelmente, as pessoas não tomam a vacina”.
Serão 4 sorteios nos dias 21, 28 de dezembro e nos dias 4 e 11 de janeiro. A cada sorteio, serão dez vales, que só poderão ser usados em mercados, e uma moto.
De acordo com dados atualizados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), 31.021 ainda não tomaram a 1ª dose e 76.835 não retornaram para a 2ª dose da vacina contra covid. “Essa medida é ato de coragem, é última tentativa”, diz o prefeito. “Qual seria a outra maneira de atraí-los para vacina?”, indagou.
Diversos países adotaram o passaporte vacinal como medida obrigatória para entrada nos respectivos territórios, prevenção que também foi tomada por governos e prefeituras do Brasil, como Rio de Janeiro, em que a administração municipal exige o documento para ingresso em bares, restaurantes, lanchonetes, shoppings e centros comerciais.
Para Campo Grande, o titular da Sesau, José Mauro Filho, diz que aguarda diretrizes do Ministério da Saúde sobre o passaporte vacinal. O secretário pontua que os índices da Capital são satisfatórios, alcançando 70% de imunização com 2ª dose.
Hoje de manhã, a enfermeira Ana Paula da Silva, 42 anos, enfrentou a fila para levar a filha, Anna Beatriz, 20 anos, para a 2ª dose da vacinação. Além de garantir a dose com Pfizer, também deve entrar no sorteio. “Acho que é incentivo aos jovens para que se vacinem, além de atrair outras pessoas que não tomaram”, diz a enfermeira, contando que os profissionais da saúde viram muitos morrendo, sem vacina.
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, disse que é preciso busca permanente pelos não vacinados. “Só assim a gente estará seguro”, diz. Longen comentou que em vários países o cenário é de pessoas à espera de vacina, enquanto em outros, as doses que não foram usadas, por falta de interessados.
Segundo Longen, a premiação dos retardatários é projeto-piloto que pode ser expandido para outros municípios, caso tenha sucesso em Campo Grande.